segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Visita à casa paterna

Recitava quando recordava o convívio com os pais

Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno.
O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
E fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, - olhou-me grave e terno,
E passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala... (Oh! Se me lembro! E quanto).
Em que da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade!

Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, prosador e poeta lírico dos mais estimados, tendo vindo do romantismo, foi desde a publicação dos Sonetos e Rimas, um perfeito parnasiano, não só pela expressão poética, como ainda pelo esmero da forma e correção do  verso: como Josephin Soulary. Luiz Guimarães cinzela os seus sonetos com uma destreza maravilhosa.

Pertenceu a várias associações de letras e ciências estrangeiras e foi da Academia Brasileira de Letras, cadeira Pedro Luiz.

Deixou, entre outros trabalhos: Corimbos, História para gente alegre, Filigranas, Contos sem pretensão, Noturnos, Sonetos e Rimas,  Mont’Alverne, A. Carlos Gomes e outros perfis biográficos, etc.

Nasceu no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1845 e faleceu em Lisboa no dia 19 de maio de 1897.

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