quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

É Natal

Tempo de Paz, Amor e comemorar a Vida em Familia.

Desejo a todos meus amigos e familiares um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de realizações.

O texto abaixo nos dá o ânimo para seguir em frente, nesse tempo tão belo:

O Temp o (Carlos Drummond de Andrade)

"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para diante tudo vai ser diferente.
Para você, desejo o sonho realizado, o amor esperado, a esperança renovada.
Para você, desejo todas as cores desta vida, todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.
Para você, neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família seja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas... Mas nada seria suficiente...
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos, desejos grandes.
E que eles possam mover você a cada minuto ao rumo da sua felicidade.”

Um natal abencoado!
Feliz 2015!!!

domingo, 12 de outubro de 2014

Dia das Crianças!

 Hoje é um Dia Feliz, pois comemoramos a riqueza de toda humanidade - AS CRIANÇAS.

 São elas a alegria de nossa vida! Um VIVA para todas, especialmente,  nossos netos, sobrinhos netos e todos amiguinhos, com quem temos a felicidade de conviver!

Com a música "Criança Feliz", abraçamos todos vocês e, todas as crianças de nosso Brasil e do mundo inteiro.

VIVA O DIA 12 DE OUTUBRO

domingo, 21 de setembro de 2014

Dia da Árvore

Hoje, dia 21 de setembro, comemoramos o Dia da Árvore, tão importante para a sobrevivência do homem. Em todo planeta encontramos uma árvore que nos conta a sua história e nos dá seu alimento, oxigênio, sombra, remédios, madeira para construirmos nossas moradias e ainda abrigam pequenos animais em seus galhos.
Este dia é comemorado próximo ao início de uma das estações mais lindas e alegres a Primavera. Tudo isso é muito bonito!

Nada melhor que uma história, para dizer-nos a importância da ÁRVORE,  para nós e para nosso planeta.

A seguir a história:

O SEGREDO DA GRANDE ÁRVORE

Texto de: Momma Raggi
Ilustrações de: Márcio Paulo

Era só um grande pé de azeitona no mundo, o mais cheio de ramos, o mais bonito. Ele tinha crescido próximo a um muro que protegia e circundava uma pequena cidade, mas tinha se tornado tão grande que seus ramos já se espalhavam pelo outro lado.
Justamente do outro lado existia um grande descampado com o qual ninguém nunca havia se preocupado antes. Um terreno enorme, completamente esquecido pelos moradores da cidade.
Certa vez, durante um dia de vento, a Grande Árvore sentiu um leve toque na sua enorme copa. "Certamente é um daqueles animalzinhos que sempre vêm me visitar", pensou a árvore. Depois, movimentando seus ramos com muita delicadeza ajudou o pequeno hóspede a descer sem que lhe acontecesse algum mal.
Mas não era um animalzinho: dos ramos caiu uma pequena semente de trigo, que havia sido transportada pelo vento. Quem sabe de onde, talvez de um campo muito distante.
A sementinha, com muito medo, começou a chorar quando percebeu que estava sozinha. Mas a Grande Árvore, com um amor enorme, lhe disse: "Você não está sozinha. Eu estou com você. Fique tranquila, minha pequena, não lhe acontecerá nada. Procure se acomodar na terra e verá que também você se tornará um belo pé de trigo".
Confiante naquelas palavras, a sementinha colocou-se entre as fendas da terra, até se decompor, sonhando em se tornar uma bela planta. A grande Oliveira a protegia dos perigos e acariciava com as suas folhas o local onde a sementinha se encontrava.
Embaixo da terra, a sementinha não via a árvore, mas sentia que ela estava ali perto, porque se sentia amada e protegida.
Algum tempo depois, a plantinha rasgou a terra e viu a beleza dos ramos que a protegiam. Cresceu rapidamente, até que chegou o momento de deixar cair por terra as suas sementes.
Também essas outras sementinhas, confiantes no amor da Grande Árvore, esconderam-se na terra até se decomporem, sonhando em se tornarem belos pés de trigo.
A Grande Árvore cuidava delas e as protegia constantemente, da mesma forma e com a mesma medida com a qual tinha amado a primeira semente. Elas não conseguiam vê-la, mas sentiam o seu amor.
Passaram-se os meses, os anos, e a história se repetiu: outras plantinhas .... outras sementes. Pouco a pouco aquele terreno esquecido por todos se tornou um imenso, estupendo, riquíssimo campo dourado de trigo. Todos os anos renovava-se a confiança das novas sementinhas na Grande Árvore e se realiza sempre o sonho que elas alimentam: tornarem-se belos pés de trigo.
Todavia, ninguém no mundo se dava conta da existência desse trigal. Nem de quanto aquele campo abandonado, do outro lado do muro, tinha se tornado belo.
"Chegou a hora de colher os grãos de trigo, pensou a Grande Árvore. Mas os homens não se davam conta disso. Ëu sou a árvore preferida do fazendeiro", disse a Grande Árvore com muita segurança. E decidiu: "Também eu morrerei com meus amiguinhos!". E assim fez!".
"Os agricultores verão o meu sofrimento, falarão de mim ao fazendeiro e ele mandará alguém podar os meus ramos; então alguém subirá a escada e do alto verá o que existe do outro lado do muro".
E aconteceu exatamente como a Grande Árvore havia pensado.
Por causa do amor da Grande Árvore, toda a cidade se deu conta do campo de trigo, com suas belas espigas, prontas para serem colhidas e transformadas em pão para toda a cidade.
Numa grande festa a colheita foi feita.
Já se passaram diversos anos; mas o trigal continua cheio de vida e de grãos.


Extraído da Revista Cidade Nova - Espaço Criança.
Número 1 - Janeiro - Fevereiro 2006

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Continuando a homenagem aos Pais

Aos que já se foram, uso as palavras do discurso de Helvécio, meu irmão, na missa de sétimo dia de nosso pai, o professor René.
Tudo o que ele disse naquele dia, hoje eu digo para todos aqueles que como o nosso pai plantou, adubou e colheu durante o seu ministério concedido por Deus aqui na terra.

Na íntegra o discurso proferido pelo Coronel Helvécio, um dos orgulhos de nosso pai:

MISSÃO CUMPRIDA

Amado pai, querido Professor René.
Eu e outros irmãos tivemos a oportunidade de tê-lo tanto quanto pai como professor e isto foi um privilégio enorme.

Estamos pois, aqui a rezar, por tua alma, para que ela possa ganhar, o quanto antes, a tua salvação eterna.

Nosso pai e nosso professor! Nesta missa de sétimo se cumpre um dos muitos rituais católicos que tem fundamento na ressurreição de Cristo, sem a qual nossa vida seria vazia.

Tal celebração tem origem no antigo ritual romano de São Pio V, que entre tantas versões,  provavelmente se fundamenta no II livro dos Macabeus. Neste livro, no Capítulo "Sacrifício pelos Mortos", relata-se quando Judas Macabeu fez uma coleta, enviando-a a Jerusalém para que fosse oferecida em sacrifício pelos pecados dos mortos:

"Belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido em vão e supérfluo rezar por eles. Mas se ele acreditasse que uma bela recompensa aguarda aos que morrem piedosamente, era isto um bom e religioso pensamento, eis porque ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas". (Macabeus, XII, 43 a 46 ).

Certo é que este costume da missa de sétimo dia, esta reverência que só se prática na fé Cristã da Santa Sé, nasceu da necessidade das pessoas de refletir e desejar aos amigos e parentes falecidos uma boa ressurreição em JESUS CRISTO, e um bom descanso eterno.
Não poderia também deixar de citar Charles Chaplin, que certa vez disse:

"Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e isso porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra.
Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha e nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós.
Essa é a mais bela responsabilidade de vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso".

Assim, querido pai e amado professor, temos a certeza de que levaste um pouquinho de nós, mas certamente nos deixaste muito de ti.

Sabemos que a honradez e a integridade foram os gabaritos de tuas atitudes, modeladas pelo bem e pela grandeza de coração.

Que estas medidas justifiquem teus erros cometidos ao longo da jornada terrena e tuas imperfeições humanas, mas possam também servir de baliza ao TODO PODEROSO na concessão do teu passaporte para a eternidade.

Somos felizes por tê-lo tido por 92 anos bem vividos, graça esta que a poucos Deus concede, pois, fazendo minhas as palavras do Inimá: "tu araste, adubaste, plantaste e colhestes", enfim, cumpristes toda a missão que Deus lhe deu.

Descanse em paz meu pai! Durma feliz velho mestre! E que a salvação eterna seja para ti a premiação do bom combate, que levaste a cabo durante toda a vida, pois foi Deus quem te fez e é preciso que tu voltes para Ele.

Amém, Jesus.

domingo, 10 de agosto de 2014

Dia dos Pais

Este dia é maravilhoso pois comemoramos o dia daquele que nos educou, nos deu exemplo, nos amou, e nos ensinou a caminhar.

PAI, palavra tão pequena e que significa muito. PAI, amor que não se compara.
Ter um PAI é ter um porto seguro que nunca se desmancha, nunca se danifica, nunca desaparece. Ele é eterno.

Meu PAI foi para os filhos e netos este ancoradouro, este alicerce durante toda sua vida e, Deus nos deu a alegria de te-lo ao nosso lado durante 92 anos.

Hoje seu exemplo é vivido, seguido, e cultuado por nós seus filhos e netos, assim como por muitos que tiveram o privilégio de conviver com ele.

Estendo a todos os pais do Brasil e do mundo as palavras ditas no discurso pronunciado por meu irmão, Helvécio de Deus Severo, em homenagem ao nosso pai.

A seguir as palavras do Coronel Severo, o filho caçula de René de Deus Vieira, no dia em que a Turma do Tiro de Guerra da cidade de Patos de Minas, homenageou o saudoso Professor dando-lhe o seu nome para a turma de 2014.

Srs e Sras autoridades aqui presentes. Srs atiradores da Turma TG 04-013/2014, queridos presentes.Em nome da minha mãe, que está aqui presente, e em nome da família “Deus Vieira”, venho aqui prestar nossos agradecimentos pela escolha do nome do nosso pai, e querido Professor René, para intitular esta nova turma de atiradores do Tiro de Guerra de Patos de Minas.Certamente ele, de onde estiver, estará muito feliz com esta homenagem, pois ela, juntamente com outras já ofertadas a ele pela sociedade patense, vem confirmar que ao longo de sua vida o nosso professor atingiu as metas por ele tão perseguidas.Dono de uma personalidade forte e de uma determinação sem igual, o meu pai e o nosso mestre tinha a ambição de fazer com que seus discentes se tornassem pessoas melhores, inteligentes, e, porque não, expoentes da sociedade brasileira, pois sabia que somente com educação seria possível mudar nosso país.Bom, eu poderia passar a noite discorrendo sobre as qualidades desse grande homem, mas resolvi enfatizar apenas quatro delas, que sugerem das iniciais da frase Professor René de Deus Vieira:

Da letra P, de Professor, me veio à mente a palavra Proficiência, que se entende por conhecimento cabal e perfeito de alguma ciência ou arte.  Inquestionavelmente o professor era proficiente no exercício das ciências exatas, mas o que talvez a maioria não saiba é que ele foi muito melhor na arte de ajudar na formação do cidadão, fosse ele seu aluno, ou não. E foi por essa visão que mesmo aqueles que não tinham muita afinidade com a matemática tinham para com ele grande apreço, sendo esta homegem uma prova cabal dessa faceta de sua personalidade.Da letra R, de René, vem à memória a palavra Reconhecimento. Não se trata aqui do reconhecimento que ele recebeu formalmente ao longo da vida, mas da que ele prestou reservadamente aos seus alunos, parentes e amigos, quando a ele lhes foram apresentadas as vitórias e derrotas de cada um.Do seu jeito ímpar, o meu pai foi capaz de extrair de dentro de toda a sua simplicidade, palavras de incentivo e de direcionamento, de carinho e de repreensão nos momentos mais pertinentes, tendo sido capaz de mostrar um rumo a ser seguido a cada um que o procurava. E também, como não poderia ser diferente, também teve a capacidade de reconhecer suas impossibilidades frente a certos fatos da vida, momento em que era acolhido por todos que o admiravam e amavam, tendo sido assim até sua partida.

Do D, de Deus, não poderia decorrer outra palavra que não a Doação: Doação é o substantivo mais pertinente a qualificar a profissão de professor, e, indubitavelmente, a função de pai.  Logo, posso dizer com prioridade que René de Deus Vieira passou pela vida para se doar duplamente a todos, tendo feito isso com maestria e muito amor.

Como pai, acredito que não preciso sequer adentrar nos exemplos de doação praticados por ele, mas como professor, vale ressaltar que foi por meio de horas de estudo, de trabalho e de persistência junto a jovens alunos que ele conseguiu fazer com que estes se tornassem adultos bem sucedidos como profissionais liberais, juízes, delegados, padres e até militares da escola de oficiais, os quais, hoje, já se tornaram coronéis e generais do Exército Brasileiro.        Do V de Vieira, decorre a palavra Valorização. Sério, austero e firme em suas convicções eu me lembro bem quando aos oitenta anos de idade o pai nos disse que deixaria de fazer o que mais gostava, que era ser professor, para não prejudicar seus alunos, pois a defasagem de idade entre ele e seus discípulos estava se tornando uma dificuldade para que ele pudesse usar a matemática e a física como um fator de integração social.Disse isso por entender que o ensino anda de mãos dadas com os anseios da sociedade, e a ele, naquela idade, não estava mais sendo possível atender seus alunos com a tecnologia hoje disponibilizada, pois sabia que ela jamais se compararia aos instrumentos que ele aprendeu a utilizar para lecionar nos idos dos anos 60.

Entendeu, portanto, que como forma de valorização da escola e dos seus alunos, estava na hora do mestre sair de cena, ficando para aqueles que aprenderam com ele a lembrança de aulas e de ensinamentos que jamais se repetirão, e para aqueles que não o conheceram, a oportunidade de aprender ciências exatas como a modernidade se incumbiu de fazer.

Assim, com essas colocações, reafirmamos em nome do Professor René os nossos agradecimentos por essa homenagem tão valiosa para nós e para ele, que sempre foi amante da hierarquia e disciplina das forças armadas.

Muito obrigado.

Família Deus Vieira



Aniversário de Rubem Branquinho

Tive a honra de participar de uma bela festa em homenagem ao grande amigo Rubem Branquinho,  no dia de seu aniversário, 14 de julho de 2014.


Um ponto marcante da festa foi a presença das famílias Branquinho, Deus Vieira, Mundim e tantas outras ligadas ao Rubem.



A união destas famílias transparece harmonia e transborda amor.



A minha história nesse belo evento começou um pouquinho antes . . .

Alguns nos atrás, estávamos na casa de meu pai, “Professor René”.

Papai, eu e Rubem Branquinho conversávamos na pequena sala de entrada da casa de meu pai sobre as poesias e histórias dos escritores portugueses e brasileiros.

Papai declamou  algumas estrofes das poesias que mais gostava, dentre as muitas que conhecia. Comentei que amava poesias porque, desde pequena, ouvia meu pai declama-las para minha mãe ou mesmo sozinho em seu escritório.

Rubem falou também de sua admiração por poesias e declamou a primeira estrofe de uma que nunca esqueceu, “A História do Cão Veludo”. Papai e eu ficamos emocionados ao ouvi-lo.

- Ouvi-a quando era rapazinho, disse Rubem. A poesia é sobre a  história de amor de um cão para com seu dono.  Fiquei muito comovido pela modo como o autor expressou o amor. É uma poesia para ser propagada, declamada para grandes públicos e comentada em encontros de amigos, família e trabalho.

Como sou contadora de histórias, logo interessei-me e disse:

- Rubem, que riqueza, poderia mandar-me essa poesia? Vou memoriza-la para contar um dia nas rodas de histórias que frequento.

- Claro que a enviarei, respondeu-me com entusiasmo, mas com uma condição, você terá que declama-la um dia para mim.

- Com muito prazer, basta você marcar a data, respondi.

Recebi a poesia e o tempo passou . . . meu amado pai faleceu . . .

Memorizei a poesia, mas não comentei nada com ninguém.  Nenhum fato mais relevante aconteceu, até o dia em que eu estava em casa tranquila quando o telefone tocou; era Silvana, minha prima e esposa do Rubem.

- Dedida, eu e minhas filhas estamos preparando uma festa surpresa para o Rubem, no dia em que completará setenta anos de idade, 14/07/2014. Pensei que nesta data você poderia homenageá-lo, declamando a poesia do Cão Veludo. Ele ama esta poesia e desde a primeira vez que ouviu nunca mais teve a oportunidade de ouvi-la novamente.

Fiquei surpresa com o convite e apreensiva também; mas, confirmei presença.

Nos dias que se sucederam, não fiz mais nada a não ser ler e reler a poesia.  Esperava por uma oportunidade, desde aquele dia em que conversávamos na casa de meu pai.

Foi um desafio para mim, pois havia muito tempo que eu não a declamava; mas, fui em frente.

Chegou o dia da festa.  Fomos para Brasília, eu e meu marido Ronaldo. Lá encontramos vários familiares da parte de Rubem e Silvana, além de amigos do casal.

Ficamos encantados com a maravilha do local do evento. Bem na entrada emocionei-me ao ver o nome: “Fazenda Onça do Barão”.  Esse nome vem de uma expressão que Rubem utiliza, algumas vezes, ao dirigir-se à sua amada Esposa e Filhas,  “Onças do Barão”, fazendo um resgate à memória de  seu sogro, que era conhecido com “César do Barão”.

A festa começou muito animada por um conjunto que tocava belíssimas músicas sertanejas, bem adequadas ao tema do evento.

Rubem não cabia em si de tanta felicidade. Recebeu várias homenagens e a todas agradecia com carinho.

Em certo momento,  Silvana aproximou-se de mim e disse:

- Dedida agora é com você.

A responsável pelo cerimonial me conduziu para perto do bolo de aniversário; e Ronaldo, meu esposo que está sempre ao meu lado, tomou o microfone e convidou o Rubem e sua família para se  aproximarem do bolo de aniversário. Pediu a todos os convidados um  minuto de silencio, pois neste instante eu iria fazer uma homenagem ao aniversariante.





Rubem não sabia, até então, do que se tratava. Para sua surpresa e alegria, comecei a declamar a poesia do Cão Veludo. Ele olhou-nos com surpresa, pois jamais esperava esta homenagem. Ficou emocionado pois era a sua poesia de seu coração criança, que há muito tempo, não a ouvia de ninguém

Os que estavam próximos puderam perceber sua alegria e emoção, expressas na forma de discretas lágrimas.

Foi uma poesia longa, 33 estrofes, mas os convidados ouviam-me, silenciosamente, com curiosidade e atenção.

Para mim foi um momento lindo, de muito contentamento, pois pude levar ao coração de um grande amigo essa singela alegria.

No final Rubens abraçou-me emocionado. Agradeceu-me com alegria e gentileza. Apesar da poesia ter um enredo melancólico, Rubem surpreendeu-nos ao fazer seus comentários, pois realçou a  mensagem da mesma, valorizando o  significado da amizade e amor verdadeiros.

Foi assim que surgiu  a ideia de homenagearmos meu primo Rubem, com a história do “Cão Veludo”, em sua festa de aniversário.

Foi gratificante ouvir,  do próprio Rubem:

“POEMA DE BELEZA INIGUALÁVEL, LEMBRANÇAS DE MEUS TEMPOS DE MENINO”


Compartilhei a poesia na postagem abaixo,  para que todos amigos e familiares possam aprecia-la.

Cão Veludo

Os versos dessa poesia, embora tristes em alguns momentos, revelam que um amor puro e sincero não dá espaço para rancores. Onde há o amor, só existe espaço para o perdão e a busca pela felicidade da pessoa amada.

Eu tive um cão. Chamava-se Veludo:
Magro, asqueroso, revoltante, imundo,
Para dizer numa palavra tudo
Foi o mais feio cão que houve no mundo

Recebi-o das mãos dum camarada.
Na hora da partida, o cão gemendo
Não me queria acompanhar por nada:
Enfim - mau grado seu - o vim trazendo.

O meu amigo cabisbaixo, mudo,
Olhava-o ... o sol nas ondas se abismava....
«Adeus!» - me disse,- e ao afagar Veludo
Nos olhos seus o pranto borbulhava.

«Trata-o bem. Verás como rasteiro
Te indicarás os mais sutís perigos;
Adeus! E que este amigo verdadeiro
Te console no mundo ermo de amigos.»

Veludo a custo habituou-se à vida
Que o destino de novo lhe escolhera;
Sua rugosa pálpebra sentida
Chorava o antigo dono que perdera.

Nas longas noites de luar brilhante,
Febril, convulso, trêmulo, agitado
A sua cauda - caminhava errante
A luz da lua - tristemente uivando

Toussenel: Figuier e a lista imensa
Dos modernos zoológicos doutores
Dizem que o cão é um animal que pensa:
Talvez tenham razão estes senhores.

Lembro-me ainda. Trouxe-me o correio,
Cinco meses depois, do meu amigo
Um envelope fartamente cheio:
Era uma carta. Carta! era um artigo

Contendo a narração miuda e exata
Da travessia. Dava-me importantes
Notícias do Brasil e de La Plata,
Falava em rios, árvores gigantes:

Gabava o steamer que o levou; dizia
Que ia tentar inúmeras empresas:
Contava-me também que a bordo havia
Mulheres joviais - todas francesas.

Assombrava-me muito da ligeira
Moralidade que encontrou a bordo:
Citava o caso d’uma passageira...
Mil coisas mais de que me não recordo.

Finalmente, por baixo disso tudo
Em nota breve do melhor cursivo
Recomendava o pobre do Veludo
Pedindo a Deus que o conservasse vivo.

Enquanto eu lia, o cão tranquilo e atento
Me contemplava, e - creia que é verdade,
Vi, comovido, vi nesse momento
Seus olhos gotejarem de saudade.

Depois lambeu-me as mãos humildemente,
Estendeu-se a meus pés silencioso
Movendo a cauda, - e adormeceu contente
Farto d’um puro e satisfeito gozo.

Passou-se o tempo. Finalmente um dia
Vi-me livre d’aquele companheiro;
Para nada Veludo me servia,
Dei-o à mulher d’um velho carvoeiro.

E respirei! «Graças a Deus! Já posso»
Dizia eu «viver neste bom mundo
Sem ter que dar diariamente um osso
A um bicho vil, a um feio cão imundo».

Gosto dos animais, porém prefiro
A essa raça baixa e aduladora
Um alazão inglês, de sela ou tiro,
Ou uma gata branca sismadora.

Mal respirei, porém! Quando dormia
E a negra noite amortalhava tudo
Sentí que à minha porta alguem batia:
Fui ver quem era. Abrí. Era Veludo.

Saltou-me às mãos, lambeu-me os pés ganindo,
Farejou toda a casa satisfeito;
E - de cansado - foi rolar dormindo
Como uma pedra, junto do meu leito.

Praguejei furioso. Era execrável
Suportar esse hóspede importuno
Que me seguia como o miserável
Ladrão, ou como um pérfido gatuno.

E resolvi-me enfim. Certo, é custoso
Dizê-lo em alta voz e confessá-lo
Para livrar-me desse cão leproso
Havia um meio só: era matá-lo

Zunia a asa fúnebre dos ventos;
Ao longe o mar na solidão gemendo
Arrebentava em uivos e lamentos...
De instante em instante ia o tufão crescendo.

Chamei Veludo; ele seguia-me. Entanto
A fremente borrasca me arrancava
Dos frios ombros o revolto manto
E a chuva meus cabelos fustigava.

Despertei um barqueiro. Contra o vento,
Contra as ondas coléricas vogamos;
Dava-me força o torvo pensamento:
Peguei num remo - e com furor remamos

Veludo à proa olhava-me choroso
Como o cordeiro no final momento,
Embora! Era fatal! Era forçoso
Livrar-me enfim desse animal nojento.
No largo mar ergui-o nos meus braços
E arremessei-o às ondas de repente...
Ele moveu gemendo os membros lassos
Lutando contra a morte. Era pungente.

Voltei à terra - entrei em casa. O vento
Zunia sempre na amplidão profundo.
E pareceu-me ouvir o atroz lamento
De Veludo nas ondas moribundo.

Mas ao despir dos ombros meus o manto
Notei - oh grande dor! - haver perdido
Uma relíquia que eu prezava tanto!
Era um cordão de prata: - eu tinha-o unido

Contra o meu coração constantemente
E o conservava no maior recato
Pois minha mãe me dera essa corrente
E, suspenso à corrente, o seu retrato.
Certo caíra além no mar profundo,
No eterno abismo que devora tudo;
E foi o cão, foi esse cão imundo
A causa do meu mal! Ah, se Veludo

Duas vidas tivera - duas vidas
Eu arrancara àquela besta morta
E àquelas vis entranhas corrompidas.
Nisto senti uivar à minha porta.

Corri - abri... Era Veludo! Arfava:
Estendeu-se a meus pés, - e docemente
Deixou cair da boca que espumava
A medalha suspensa da corrente.

Fora crível, oh Deus? - Ajoelhado
Junto do cão - estupefato, absorto,
Palpei-lhe o corpo: estava enregelado;
Sacudi-o, chamei-o! Estava morto!


“POEMA DE BELEZA INIGUALÁVEL, LEMBRANÇAS DE MEUS TEMPOS DE MENINO”
Rubem Branquinho, em 14 de julho de 2014,  dia do seu aniversário.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Dia das Avós - 26 de julho

Homenageio as Avós de todo Brasil e do mundo inteiro com a poesia de Olavo Bilac,  A AVÓ, que em grande estilo fala daquela que ama verdadeiramente seus netos.
Esta poesia me leva  ver minha mãe ha muitos anos atrás, sentada ao fogão de lenha cercada pelos seus filhos e contando suas historias.
Como era lindo aquele tempo.
Hoje, ela como a avó descrita por Olavo Bilac, descansa em sua cadeira, cochila o dia inteiro e acorda com a chegada barulhenta de seus netos e bisnetos adorados.
Como nos tempos idos, ela abraça-os com carinho e conta para todos as suas histórias de vida que são lindas.
Minha mãe e agora avó e bisavó é uma senhora de 94 anos que vive para a família, da qual adora estar cercada.
Abraçando-a neste dia, abraço todas as avós do mundo.   
Serafina Mundim Vieira é a perfeita AVÓ, a vovó TETÉ,  amada de todos.
Ela é meiga, carinhosa, romântica, amiga, companheira de todas as horas.
Parabéns Vovó TETÉ.
Que este dia se repita ainda muitos e muitos anos ao seu lado e que todas as avós do mundo inteiro, vivem para sempre.



A AVÓ
(Olavo Bilac)

A avó, que tem oitenta anos,
Está tão fraca e velhinha!...
Teve tantos desenganos!
Ficou branquinha, branquinha,
Com os desgostos humanos.

Hoje, na sua cadeira,
Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo dia,
E cochila a noite inteira.

Às vezes, porém, o bando
Dos netos invade a sala...
Entram rindo e papagueando:
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando...

A velha acorda sorrindo,
E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,
Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos, doirados.

Fica mais moça, e palpita,
E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita:
“Ó vovó! Conte uma história!
Conte uma história bonita!”


Então, com frases pausadas,
Conta histórias de quimeras,
Em que há palácios e fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas...


E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,
Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem.

domingo, 25 de maio de 2014

Como se contam os contos de fadas

Muito bom, este artigo. Ele nos mostra como as histórias de fadas bem contadas contribuem positivamente na formação da personalidade das crianças, preparando-as para a vida adulta, através do correto discernimento.

Fonte: www.jardimdasamoras.com.br

“Nos verdadeiros contos de fada (como os dos Irmãos Grimm) há uma lei impecável: “a recompensa do bem e o castigo do mal”. Esta lei forma a base na alma infantil. Mais tarde, verificamos que surgiu, no íntimo do homem a faculdade de discernir entre o bem e o mal que nos dá uma clareza na consciência e nos ajuda nos momentos de decisão; trata-se de um profecia, solução de problemas, de mantermos no caminho certo da verdade, do bem, da compaixão, do sentimento nobre e muitos tesouros para a vida em comunidade."

Vejam o artigo na íntegra, através do link:

http://www.antroposofy.com.br/wordpress/como-se-contam-os-contos-de-fada/

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Boca do Céu

Na semana 12 a 18 de maio, aconteceu o Encontro Internacional de Contadores de Histórias "Boca do Céu", em São Paulo - SP. Assim, vai ampliando-se essa nossa maravilhosa rede!
Na foto, Roberta Malta (de blusa amarelinha), eu e nossa nova amiga, uma simpática paraense. Roberta, obrigada pelo envio das fotos!!!  Estamos lindas!   . . .   rsrsrs

domingo, 11 de maio de 2014

MÃE - O trabalho mais difícil do mundo.

Hoje é Dia das Mães, nossas fadas madrinhas, que nos acariciam desde a nossa concepção.
Em homenagem as nossas Mães, compartilho o link que recebi da Biblioteca Virtual da Antroposofia, que aponta para um belo e interessante vídeo.


sábado, 19 de abril de 2014

Dia Nacional do Livro Infantil

Como coordenadora do Grupo Descortinando Histórias, mesmo com um pouco de atraso, não poderia deixar de postar sobre o Dia 18-04, Dia Nacional do Livro Infantil.
Este dia para nós brasileiros é de grande importância, pois foi exatamente no dia 18 de abril de 1882 que nasceu, Monteiro Lobato.

Monteiro Lobato homenageado com o dia nacional do livro Infantil, nasceu em taubaté -SP, na Fazenda Buquira. De início seria batizado com o nome de seu pai, José Bento Marcondes Lobato, mas por razões que não sei, foi batizado com o nome de José Bento Renato Monteiro Lobato.
Desde cedo, aos 14 anos, iniciou sua carreira como escritor e nunca mais parou.
Casado com Purezinha, teve quatro filhos.
É o criador das personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo: Dona Benta,Tia Anastácia, Narizinho, Emília, Pedrinho, Visconde de Sabugosa, tão conhecidos e amados pelas crianças.

O Brasil tem orgulho de ser o país onde nasceu este grande brasileiro.
Vamos aplaudir todos os escritores e ilustradores, especialmente os de literatura infantil através da homenagem a este grande escritor Monteiro Lobato que enquanto viveu escreveu, escreveu, escreveu...

Feliz dia 18 de abril. Parabéns aos escritores e ilustradores brasileiros e do mundo todo. A eles nossa homenagem.

Quem gostar de histórias, dê uma visita ao blog de minha companheira do Grupo Descortinando Histórias, Camila Welikson. Lá vão encontrar uma bela história escrita pela Camila, onde ela fala de uma maneira peculiar sobre este nosso grande escritor Monteiro Lobato, através do site de nosso grupo, dando um clique em blog da Camila.

http://www.descortinandohistorias.com.br

Estou em férias, visitando minha netinha, em New Jersey - USA; por isso, esse meu pequeno atraso ao publicar no blog.

Valėria - coordenadora do Grupo Descortinando Histórias.



quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dia Mundial do Livro Infanto - Juvenil

Hoje em dia, temos muitos motivos para sermos felizes, pois há anos alguém se preocupou com as crianças e jovens e começou a pesquisar, criar e escrever coisas interessantes sobre a vida e os costumes do povo,  com base na oralidade.
Hans Christian Andersen (1805 a 1875) criou e escreveu vários contos, tendo como raiz a tradição oral, popular e real, destacando-se pela sua originalidade em criar  histórias e personagens. Em sua infância ouviu muitas histórias contadas pelo seu pai. Andersen escreveu contos sobre sua vida de criança e adolescente; em muitos, deixou sua marca pessoal.

Nasceu na Dinamarca no dia 02 (dois ) de abril de 1805. Embora tenha nascido em uma família humilde,  isto não foi uma barreira para que se tornasse o mais conhecido escritor dinamarquês, cujos contos, até hoje, encantam as crianças e adultos de todo mundo.

Saiu em buscas do que o povo contava e escreveu vários livros para o público infanto – juvenil.  Alguns retratou sua própria vida, como O Patinho Feio. Seus contos, clássicos infantis, foram traduzidos para diversas línguas e ganharam o mundo:

       - A Vendedora de Fósforos;
- A Pequena Sereia;
-  A Roupa Nova do Rei;
- O Patinho Feio;
- O Soldadinho de Chumbo;
- O Rouxinol e o Imperador da China;
- A Polegarzinha e tantos outros, que conhecemos ou já ouvimos falar.

Algumas de suas obras se tornaram filmes, como a Pequena Sereia, por exemplo.

O dia 02 de abril, é comemorado em mais de sessenta países, dia em que nasceu este grande escritor, que honrosamente recebeu o título de “criador da literatura infantil internacional”.

Hans Christian Andersen encantou as crianças e adultos ao acrescentar em sua literatura infantil o elemento lúdico: bichos e animais falantes, mudando o rumo da literatura infantil. As crianças cada vez mais se encantam com tudo isto e seu imaginário desenvolve de maneira harmoniosa e alegre.

Em 1822, seu talento foi descoberto por um dos diretores do Teatro Real e também impressionou pessoalmente o Rei da Dinamarca que patrocinou seus estudos. Cursou a Universidade de Copenhagen, onde começou a escrever poemas, novelas, peças, livros de viagem e, principalmente, os contos que o tornaram famoso. Foi também, ator, cantor e bailarino.

Hans Christian Andersen iniciou sua carreira literária com a sua primeira poesia: O Menino Moribundo.

A literatura infantil surgiu no século  XVII com Fenélon (1651 -  1715) e até hoje vem se tornando vultuosa em razão dos grandes escritores e ilustradores como Andersen e tantos outros.

Atualmente, o número de escritores e ilustradores brilhantes é enorme e o mundo todo agradece àqueles que de um jeito ou de outro procuram encantar as crianças com seus escritos, desenhos, filmes, teatros, e contação de histórias., etc. Cada um com seu talento.

Em homenagem a Andersen, foi criado o Prêmio Hans Christian Andersen, no qual, tivemos a alegria de ver três grandes brasileiros contemplados: Lygia Bojunca Nunes  - escritora ( 1982 ), Ana Maria Machado - escritora (2000) e Roger Mello – ilustrador (2014).

O Prêmio Hans Christian Andersen é o mais importante prêmio literário da literatura infanto-juvenil, considerado o Pequeno Nobel da Literatura.
Existe desde 1956 e é concedido a cada dois anos pela International Board on Books for Young People ( IBBY ), ( filiada à UNESCO) a escritores e ilustradores vivos, cujas obras deram uma contribuição duradoura para a literatura infantil e juvenil. Seu nome homenageia o poeta e escritor dinamarquês de histórias infantis Hans Christian Andersen e consiste de uma medalha de ouro entregue pela rainha da Dinamarca, Margarida II da Dinamarca, patrona do prêmio.

Como um brinde do Grupo Descortinado Histórias a todos escritores e ilustradores de livros infantis, colocamos abaixo a lista dos homenageados com o Prêmio Hans Christian Andersen, desde sua criação em 1956.

Como justo reconhecimento, oferecemos nosso abraço aos contadores de histórias e a todos que de uma maneira e outra trabalham na divulgação dos livros.



Referências: Leitura de diversos artigos em sites na internet.
(Viva o Google e a Wikipedia)