quarta-feira, 27 de março de 2013

Semana Santa e Páscoa


Todo cristão tem um tempo em que vive uma Semana Santa, por ser esta tradicionalmente diferente de todas, por quê?
Esta é a Semana que nos faz parar para pensar em tudo. Rever nossos valores de pessoas cristãs. Sentir Cristo mais próximo de nós. Caminhar com Cristo. Ressuscitar em Cristo.
É a semana que nos mostra com clareza o sofrimento de Jesus. Porque é nela que vivemos toda a trajetória de seu calvário que salvou a humanidade inteira.
Depois do calvário Jesus nos presenteou com a sua ressurreição, que nos libertou.
Páscoa é a nossa libertação. Cristo ressurgiu dos mortos, subiu aos céus e nos acompanha em toda nossa trajetória. Páscoa é a nossa passagem de uma vida de erros, mentiras, pecado para uma vida livre cheia de alegrias, sem preconceitos, enganos.
Todo cristão vive a Páscoa num único propósito: relembrar a salvação em Cristo através da morte e ressurreição de Jesus.
Origem do termo PÁSCOA
Encontrei na  Wikipédia as seguintes citações sobre a páscoa:
A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais. A origem desta comemoração remonta muitos séculos atrás. O termo “Páscoa” tem uma origem religiosa que vem do Latim  Pascae. Na Grécia Antiga, este termo também é encontrado como Paska. Porém sua origem mais remota é entre os Hebreus, onde aparece o termo Pesach, cujo o significado é passagem”.
Desejo a todos os cristãos do meu querido Brasil e do mundo inteiro uma feliz e Santa Páscoa.
 
Não esquecendo o compromisso de Contadora de Histórias, agracio-lhes com a História do livro:
Páscoa no Galinheiro – ou a versão do Ovo de galinha que queria ser Ovo de Páscoa. (versão narrativa)
Texto de: Eduardo Bakr  -  Ilustrações de: Lúcia Hiratsuka    -  Editora: Paulinas
 
Páscoa no Galinheiro
 
“Logo que o ovo foi posto, um cacarejo de mãe anunciou a sua chegada para todo o galinheiro ouvir. Em seu ninho, o  Ovo era embalado pelos carinhos de sua mãe que,  enquanto chocava, já lhe ensinava os primeiros cocoricós.  Assim,  aos poucos, as palavras começaram  a  povoar sua mente clara de ovo, fazendo uma pergunta brotar no íntimo de sua gema:
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
Embora não tivesse certeza, algo em seu interior lhe dizia que a galinha havia nascido primeiro.
Claro, como é que alguém poderia nascer sem mãe? Sem o quentinho das asas lhe aquecendo o  coração?
Queria discutir essa ideia com os irmãos, mas não  tinha  irmãos. Era filho único.
O Ovo morava sozinho em seu ninho e, sendo assim, só podia discutir consigo mesmo:
Mas também é possível que o ovo tenha aparecido primeiro e a primeira galinha pode ter vindo depois... Será?
Pergunta difícil. Quando  parava para pensar no assunto, chegava a ficar tonto e rolava no ch~~ao procurando  a resposta. Como não a encontrava, tentava adivinhar:
Mas se a galinha não veio primeiro... Quem botou o primeiro  ovo?
Achou que, talvez, fosse esta a pergunta que o  colocaria no caminho certo para encontrar a resposta.
E se...? Ahh! Talvez... Pode ser que...? Será?!
Uma ideia ciscou por sua cabeça:
E se não foi galinha? Caramba! Será que n~~ao foi  galinha? Se não  foi... Quem foi?
Embora nunca tivesse saído  do ninho para ver de perto, sabia da existência de outros ovos. Sua mãe sempre cacarejava muitas  histórias sobre o mudo para faze-lo dormir. Sabia do ovo de gansa, do ovo de pata, do ovo de ema, do ovo de cisne, do ovo de codorna, do ovo de passarinha do ovo de coruja, do ovo de gavioa...
Não! Não  é possível que  logo o  o primeiro ovo tenha  sido de gavioa! Ou de águia? Ou de falcoa? Será?
Sabia também que existiam ovos de lagartixa, de insetos, de cobras, de lagartos...
Não, não, não! Nisso eu não  quero pensar! Deus me livre!
Mas podia ser. Claro que  podia ser!
Não é porque alguns animais não se dão bem, que significa que eles sejam maus.
De jeito nenhum! Ele n~~ao  podia negar que todos  os bichos possuem o seu valor e que o primeiro ovo poderia ter sido de qualquer um deles!
Cada um no seu galho, cada um na sua toca, cada um no  seu ninho, cada um do seu jeito.
O  primeiro ovo poderia ter sido de qualquer animal que ponha  ovos.
Ele não  gostava de admitir, mas era assim: sem tirar nem por.
É... em matéria de ovo, o mudo é farto. Imenso sem formatos, tamanhos e cores.
Lembrou-se de tantas possibilidades, que achou melhor deixar  para lá. Em outra hora pensaria no assunto.
Chega de pensar no passado. Eu  quero é  olhar para frente e pensar no  futuro.
Seu sonho era se tornar aquilo que, numa manhã do mês de março, ouviu uma criança descrever com entusiasmo... Estava decidido a se tornar Ovo de Páscoa.
Um belo Ovo de Páscoa bem grande. Grande n~~ao: GIGANTE. Bem colorido, com um bonito papel de presente e laço de fita! Ai, ai ... Isso sim é que vida.
De lá para cá, cismou com a ideia. Queria que a Páscoa chegasse para ser encontrado por uma criança e viver a doce vida de um Ovo de Páscoa.
Quero ser tão bacana a ponto de despertar a felicidade.
Mas não conseguia entender como ele, Ovo branco e sem graça, feio e sem charme, pequeno e sem jeito, poderia, um dia, ser Ovo de Páscoa, bonito e faceiro.
Logo ele que não tinha papel de presente nem laço de fita e morava em um ninho  de palha seca no canto  de um galinheiro.
Ai, ai... Seria melhor trocar de desejo __ pensava,  às vezes.
Mas não era fácil esquecer o  seu querer, pois, ultimamente, o menino sempre acompanhava o pai até o galinheiro e não parava de falar no coelho da Páscoa e no  Ovo que ele iria trazer, nos lugares onde o  Ovo poderia ser escondido e ficava feliz só de imaginar.
Mas por que o garoto queria que um coelho trouxesse o seu Ovo de Páscoa?
Essa  era uma coisa que ele, realmente, n~~ao conseguia entender: qual era a relação entre os Ovos de Páscoa e os coelhos?
Coelho não bota ovo! Ou  bota?
Como poderia saber? Embora, de vez em quando, ouvisse comentários de algum bicho ou do garoto ou de seu  pai, não conhecia nenhum coelho... Tampouco Ovo  de Páscoa.
Mas um dia hei de conhecer. Ah, se vou!
E esse dia chegou  rápido. Exatamente um dia antes do domingo de Páscoa, um pouco depois da hora de dormir. O sol já tinha se deitado por trás  do rincão e sua mãe conversava com os poucos bichos que ainda estavam  acordados no galinheiro, quando alguém abriu a porta do terreiro. Parecia um ladrão.
Estranho... Ninguém cacarejou ou grasnou... O cachorro n~~ao latiu... Quem será?
Só quando o homem saiu e disse o seu habitual "Bá noite, bicharada!" foi que o  Ovo reconheceu  o pai  do menino.
Mas o que é que ele veio fazer aqui uma hora dessas?
Olhou para um lado, olhou  para o outro, mas não conseguiu descobrir. A lua já luzia no  céu e ele deveria estar dormindo há muito tempo. E mesmo tinindo  de curiosidade, não aguentou esperar pela mãe para perguntar o  que estava acontecendo. Dormiu.
Quando a noite decidiu ir embora e o sol começou a raiar, a bicharada foi espreguiçando as asas bem devagarinho, dizendo bom-dia ao  dia e saindo para ciscar.
Foi nessa hora que o primeiro raio de luz entrou no galinheiro e iluminou algo brilhante no ninho vizinho ao seu. Algo novo que no  dia anterior não estava ali.
___ Meu Deus do céu! __ os ovos falaram juntos.
Encabulados, eles ficaram se olhando, sem saber o que dizer um ao outro, até que o silêncio foi saindo de mansinho e as palavras começaram a  formar frases:
___ Você é um Ovo de Páscoa?
___ Sou. E você é um  Ovo de Verdade?
Sou. Sou Ovo de Verdade de Galinha, mas o mmeu sonho é ser de Páscoa.
___ Que engraçado!
___ Qual é a graça?
___ O meu sonho é ser um Ovo de Verdade.
E rolaram de rir, cada um no  seu ninho.
___ Puxa! Como foi que você arrumou este papel t~~ao bonito?
___ Na fábrica. Quando a gente nasce, passam papel laminado em volta  da gente, depois embrulham com celofane e amarram uma fita.
___ Uau!! Será que, se eu  for até essa fábrica, eles me arrumam um papel bem colorido e  uma fita?
___ Acho que não. Nunca vi Ovo de  Verdade por lá.
A tristeza quis se transformar em silêncio, mas logo surgiu outra questão:
___ E existem muitos coelhos trabalhando na tal fábrica?
___ Não. Nenhum coelho, apenas seres humanos.
___ Homens?
___ É. Não existem coelhos de verdade por lá. Só os coelhos de chocolate.
___ Como assim?
___ Nós, os ovos e os coelhos de Páscoa, somos apenas um símbolo.
___ Símbolo?
___  É. Símbolo de renovação,  de prosperidade, de amor, de vida. Nós, Ovos de Páscoa, imitamos vocês, Ovos de Verdade.
___ Sério?
___ Seríssimo.
___ Por quê?
___ Porque a Páscoa é a celebração da vida e vocês, Ovos de Verdade, s~~ao o  que há de mais simples e mais bonito... Carregam a beleza do nascimento na força e fragilidade de suas cascas.
___ Sério?!
___ Claro! Você acha que eu me pareço com você?
___ Bem... Você é maior, mais colorido, mais brilhante...
Quando ouviu essas palavras, o Ovo de Páscoa entristeceu, mas em seguida o Ovo de Galinha completou:
___ Mas se olharmos direitinho, nós até que somos muito parecidos. Acho que temos a mesma natureza.
___ Nossa! Nunca recebi um elogio como este. Agora, me sinto mais inteiro, completo, mais feliz... Agora sinto que a minha alma de chocolate é mais de verdade!
___ Mas você é de verdade! Você é Ovo de Verdade de Chocolate! Somos iguais e diferentes ao mesmo tempo. Somos irmãos!
Interrompendo  a prosa, o garoto pulou a cerca do galinheiro, correu até o ninho e apanhou  o seu  Ovo de Páscoa.
O Ovo de Galinha nem pode se despedir do novo amigo; só teve tempo de ver o largo sorriso nascendo no canto dos olhos do menino.
Tumtum. Tumtum.
A emoção de ver o menino encontrar o seu  Ovo de Páscoa foi tão grande que o Ovo de Galinha começou  a sentir alguma coisa brotar dentro de si. Seu coraçãozinho palpitava. Algo vibrante começava a bicar por dentro e romper a casca. Algo mágico.
Crect.  Crect.  Crect.
Foi enção que o  Ovo de Galinha entendeu que ele era muito mais do que uma casca branca de  formas perfeitas. Ele era exatamente aquilo  que queria ser: gigante como seu desejo, colorido por sua alegria, vivo por sua natureza. 
Piu. Piu. Piu. Piu...
E um lindo pintinho, ainda desajeitado, saiu do ovo bambeando as patas. Olhou para a casca quebrada e viu que o ovo era ele, igual  e  diferente, frágil e forte. Quando se deu conta de que estava nascendo outra vez, uma pergunta reapareceu rápida e luminosa feito um relâmpago:
Quem nasceu primeiro: o  ovo ou a galinha?
Olhou o galinheiro e a fuzarca dos outros bichos. Viu o azul do céu e o branco das nuvens. Um ventinho acariciou as penas novas e o bico saliente. Nessa hora, sentiu que existia uma força maior definindo a ordem das coisas e que, com o tempo e o olhar atento, encontraria muitas respostas para as suas perguntas. Ainda tinha pela frente um mundo inteiro para explorar e descobrir.
Cocoricó! Có có. Cocoricó! __ ouviu  sua mãe pular do poleiro e correr para lhe dar boas-vindas e apresenta-lo para toda a bicharada.
Viu o amor sorrindo e iluminando o canto dos olhos da mãe e percebeu que o seu sonho estava se realizando. Entendeu que ele era a própria Páscoa, pois fazia parte do milagre da vida, que se faz e se refaz cada dia.
Todos os dias. Sempre.
 
-x-x-x- 
 
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!
 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dia do Contador de Histórias

Queridos amigos CONTADORES DE HISTÓRIAS

( 20/03/2013)

Não poderia deixar de cumprimentá-los hoje com muita alegria por este maravilho dia.

Contar Histórias é uma profissão muito gratificante, pois só quem conta sabe o valor delas e o bem que  fazem para quem conta e para quem ouve.

Neste dia quero homenagear a todos os Contadores de Histórias do Brasil e do mundo e, em especial,  os contadores do Grupo Descortinando Histórias do qual faço parte, através do lindo poema de "ERA UMA VEZ" de Guilherme de Almeida, que hoje me foi enviado por Sônia Sampaio, uma rica contadora de histórias e também uma grande amiga que descobri ouvindo e contando.

Meu grande abraço a todos.

Parabéns.

O POEMA

ERA UMA VEZ...
( Guilherme de Almeida )

Conta uma história, bem baixinho,
como um fru-fru de seda ao luar!
Conta uma história, bem baixinho,
para eu sonhar!"
- Era uma vez Rosa-de-Espinho...

Conta uma história leve, leve,
como uma espuma sobre o mar!
Conta uma história leve, leve,
para eu pensar!"
- Era uma vez Branca-de-Neve...

Conta uma história bem sincera,
como uma fonte a soluçar!
Conta uma história bem sincera,
para eu lembrar!"
- Era uma vez A Bela e a Fera...

Conta uma história comovida
como um adeus crepuscular!
Conta uma história comovida,
para eu chorar!"
- Era uma vez... a minha vida...