quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Professor René de Deus Vieira

Eis nosso amado pai -  homenageado do mês



 No cotidiano
 

Pronto para uma festa
 

Na aula da saudade
 

Na festa do casamento de seu neto, o Jr.,
com sua querida esposa Serafina


 Durante sua permanência entre nós foi sempre agraciado com muitas homenagens:
- Diploma de Professor do Ano – 14.10.1971
- Diploma de Cidadão Patense- 04.05.1987
- Diploma de Mérito Profissional – 11.05.1990
- Diploma de Colaborador Emérito do Exercito em 25.08.1993
- Placa em  homenagem pelo trabalho desenvolvido na educação de Patos de Minas, recebida pelo  Colégio Tiradentes 10/2006.
- Foi Paraninfo de turmas durante anos consecutivos.
- Recebeu muitas outras homenagens durante sua vida que postaremos de outra vez.

No seu falecimento recebeu tantas homenagens que nos emocionou:
FOLHA PATENSE:   (Pagina 5)
Publicação em 12 de março de 2011 - Nº 933 - Ano 019
Patos de Minas - MG


Apesar da dor que ora nos consome, nossas palavras não poderiam ser outras, senão palavras de agradecimento.
Primeiro a Deus, nosso Pai supremo e Senhor da vida, por ter nos dado a graça de seu convívio por mais de 90 anos.
Aos familiares, amigos e ex-alunos pelas constantes manifestações de apoio e carinho, que jamais serão esquecidas e que muito nos confortaram.
Agradecemos ainda as palavras fraternas do amigo e colega de longa data, professor Oliveira Melo e da querida professora, vereadora e sobrinha, Edimê Avelar. Saibam que vosso carinho muito nos emocionou.
Agradecemos de modo especial: a nossa Mãe, Serafina, a "Véia",  companheira e amiga fiel por longos e inesquecíveis 67 anos. Sua perseverança na fé inabalável em Cristo Nosso Senhor, fez dela o esteio e porto seguro de nossa família; à Valderez Rivani, a "Fia", que abdicou de sua vida pessoal e profissional a fim de zelar pela saúde de nosso Pai; ao César, pela doação, desprendimento e principalmente pelo dom de nos fazer rir, mesmo nos momentos mais difíceis.
Por fim, agradecemos a toda a equipe médica e de enfermagem do Hospital Vera Cruz, em especial aos Drs. Marcos Gonçalves e Róbson Giacomim, nossos companheiros inseparáveis nesta última jornada.
A Família.
Patos de Minas,  março de 2011.

... ainda na Folha Patense, na mesma data:

O maior legado que nosso Pai nos deixou foi a vida simples,  cheia de dignidade, honradez, amizade, sensatez e bondade. 
Fez da educação o seu sacerdócio. Perambulou pela frieza dos números, sem jamais perder a ternura.
Foi um homem generoso, ajudava por ajudar. Era alheio à postura da sociedade separada e distinta. Acreditava essencialmente no talento do ser humano e quando vislumbrava algum, não media esforços para fazer chegar a ele as oportunidades.
Foi um homem destemido, convicto em seus propósitos e sempre firme em suas decisões. Nos momentos de dificuldade, não se escondia, fazia-se notar.
Dono de gênio indomável e língua afiada, não escolhia interlocutores.
A nós, seus filhos, bradava: "...não precisa me respeitar...
ter medo basta". Dizia-nos ainda: "... a autoridade de Pai, só perco no cemitério...".
Felizmente, meu Pai, - perder a autoridade - o senhor não conseguiu. Será, eternamente, nossa autoridade maior. Esteja sempre de sentinela, olhando por nós, para que possamos honrar sempre o seu legado.
Descanse em paz.
Fonte:  http://www.folhapatense.com.br/

 CÂMARA DOS DEPUTADOS – DETAQ
Sessão: 040.1.54.O  -  Data: 17/03/2011 - Hora: 14:54 - Fase: PE

Orador: JOSÉ HUMBERTO,  Patos de Minas - MG
 . . . .  Enfim, são muitos assuntos de enorme importância.
 Mas, com sua licença, Sr. Presidente, e com a dos nobres colegas aqui presentes, faço hoje uso desta tribuna não para debater assuntos que nos ocupam, mas para fazer uma homenagem póstuma a um grande cidadão patense, o já saudoso amigo René de Deus Vieira.
René foi um brilhante professor da rede pública, que, por longos anos, iluminou os caminhos de inúmeros alunos em Patos de Minas, cidade em que viveu, criou sua família e conquistou a admiração de todos, bem como enorme respeito e reconhecimento.
Ao nos deixar, o Prof. René deixou, não apenas à sua família, mas a toda a comunidade, um enorme legado, um exemplo de vida simples, mas cheia de dignidade, honradez, amizade, sensatez e bondade. Fez da educação o seu sacerdócio. Mestre da Matemática,  perambulou pela frieza dos números, sem jamais perder sua humanidade e ternura.
Foi um homem generoso, ajudava por ajudar. Era totalmente alheio a certas posturas da vida em sociedade. Acreditava essencialmente no talento do ser humano. Quando vislumbrava algum talento, não media esforços para fazer chegar a essa pessoa as oportunidades.
Foi um homem destemido, convicto de seus propósitos e sempre firme em suas decisões. Exatamente nos momentos de dificuldades, não se escondia, fazia-se notar. Dono de um gênio considerado indomável e de língua afiada, não escolhia interlocutores, mostrando a todos a marca de uma grande personalidade.
Faço minhas essas palavras que são da própria família. Em nome de toda a comunidade patense e de todas as cidades que compõem a região, manifesto os nossos agradecimentos ao Prof. René pelos 92 anos em que nos brindou com o seu trabalho e seu exemplo.
Na pessoa da Sra. Serafina, sua grande companheira, abraçamos toda a família e externamos o nosso sentimento de consternação por essa enorme perda. Pedimos a Deus que lhes concedam o consolo e a resignação. A todos da família e aos amigos, o meu abraço fraterno.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
 
JORNAL DA CÂMARA
Brasília, quarta-feira, 30 de março de 2011 - Ano 13 Nº 2589 - Geral
PLENÁRIO - Professor Renê

José Humberto (PHS-RJ) lamentou o falecimento de Renê de Deus Vieira, professor de Patos de Minas. “O professor foi um exemplo de vida simples, amizade, sensatez e bondade. Ele fez da educação o seu sacerdócio, sempre acreditando no talento do ser humano”, afirmou.

Mais reconhecimentos e homenagens . . Nossa família recebeu muitas manifestações de carinho e consolo, em várias formas:
- Inúmeros Telegramas.
-  A casa onde viveu por muitos e muitos anos em Patos de Minas, foi visitada durante meses por inúmeras pessoas: amigos, parentes, colegas de trabalho, ex-alunos, companheiro de jornada , que não ficaram sabendo da sua morte.  
-  Gestos de apoio à esposa Serafina Mundim Vieira, levando conforto ao seu saudoso coração.
 Agradeço imensamente a DEUS pelas bençãos que nos concedeu através do convívio com nosso querido pai, em sua longa existencia,  92 anos!
 
Agradeço, de coração, a todos em nome de nossa família, a todas as manifestações de carinho, apoio e consolo.





 
 
 



Cada dia, uma poesia - DEUS

Hoje dia 31 de outubro de 2012, está fazendo 1 ano , 7 meses e 26 dias que meu pai o grande Professor René de Deus Vieira nos deixou.

Ele partiu, mas está vivo, sempre presente em nossos corações. Jamais será esquecido. Deixou para sua família e as pessoas que o conheceram grandes lições de vida.

Todas as poesias e poemas que postei durante este mês foram recitados, por este amado Pai e ilustre Professor.

Ele usava das poesias para nos ensinar as coisas da vida. Recitava também porque gostava muito.

Termino o mês postando uma poesia que ele nos recitava para dizer quem era DEUS.

Ainda faltam algumas poesias que ele recitava com frequência. Eu as postarei nos dias seguintes.

São poesias lindas, que nos dizem muito e que hoje são esquecidas. Aguardem!...

 
DEUS
 
Eu me lembro! eu me lembro! – Era pequeno
E brincava na praia; o mar brania,
E, erguendo o dorso altivo, sacudia
A branca escuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
“_ Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver maior do que o oceano
Ou que seja mais forte do que o vento?”

Minha mãe a sorrir olhou p'r'os céus
E respondeu: “– Um ser, que nós não vemos,
É maior do que o mar, que nós tememos,
Mais forte que o tufão! Meu filho, é - Deus!”

 
Cassimiro José Marques de Abreu: nascido em Barra de S. João em 4 de janeiro de 1837, foi, sem dúvida, o mais popular dos poetas brasileiros e um dos mais notáveis líricos da segunda geração romântica; é o poeta do amor e da saudade.
O pai o destinara à carreira comercial, para a qual, entretanto, não sentia a menor vocação. Mandado para Portugal, dalí voltou quatro anos depois, então já minado o frágil organismo pela pertinaz doença que o devia levar em pouco ao túmulo; Faleceu em 18 de outubro de 1860, en Nova Friburgo.
O poeta pôde ainda ouvir, na laranjeira à tarde, cantar do sabiá;
Primaveras, versos publicados em 1850, é a sua principal obra.

 

 

 

 

 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pelo caminho da vida

Cada poema possuia um signficado para meu pai e para nós.
Este ele lia para a nossa mãe, que ouvia comovida . . .

Assim...  Ambos assim, no mesmo passo,
Iremos percorrendo a mesma estrada;
Tu no meu braço trêmulo amparada,
Eu amparado, no teu lindo braço.

Ligados neste arrimo, embora escasso,
Venceremos as urzes da jornada...
E tu te sentirás menos cansada
E eu menos sentirei o meu cansaço.

E assim, no auxilio destes bens supremos
Que para mim o teu carinho trouxe,
Placidamente pela vida iremos,

Calcando maguas, afastando espinhos,
Como se a escarpa desta Vida fôsse
O mais suave de todos os caminhos.

Mário Veloso Paranhos Pederneiras  nasceu no Rio de Janeiro, em 2 de novembro de 1867 , conhecido como Mário Pederneiras, foi um poeta brasileiro.
Filho de Manuel Veloso Paranhos Pederneiras e de Isabel França e Leite, e irmão de Oscar Pederneiras. Mário Pederneiras foi um carioca que com suas poesias encantou a muitos. Em suas obras se torna claro seu jeito único de escrever e a forma como mostrava ao mundo o que pensava.
Casou-se com Júlia Méier em 1897 no Rio de Janeiro e teve três filhas, Maria da Graça, Leonora e Iolanda, as quais faleceram durante a vida de seu pai.
Sua formação literária teve forte influência dos poetas franceses da escola simbolista e também de grandes poetas de língua portuguesa da época como Cruz e Sousa, Antônio Nobre e Cesário Verde, seus poemas eram marcados pela simplicidade e pelos temas da vida diária.
Estreou na imprensa por volta de 1878, quando tornou-se colaborador do jornal estudantil O Imparcial, do Grêmio Literário Artur de Oliveira, no Rio de Janeiro. Entre 1895 e 1908 foi fundador, com Gonzaga Duque e Lima Campos, diretor e redator das revistas Rio Revista, Galáxia, Mercúrio e revista Fon-Fon. Esta última foi responsável pela segunda fase do movimento simbolista.
Mário Pederneiras começou a escrever poemas em 1900, quando publicou seu primeiro livro de poesias, Agonias. Foi ainda colaborador de A Gazeta de Notícias, Sans Dessous, O Tagarela e Novidades. Cursou o primeiro e o segundo ano da Faculdade de Direito de São Paulo, entre 1887 e 1888, mas não chegou a concluí-la.
Na década de 1910, trabalhou na elaboração em prosa da revista teatral inédita Dona Bernarda e da comédia também inédita O Dr. Mendes Camacho.
Conquistou o terceiro lugar no concurso para Príncipe dos Poetas Brasileiros, em 1913, no Rio de Janeiro. Mário Pederneiras foi um simbolista que se tornou, com o tempo, o cantor das alegrias da vida doméstica e também das tristezas que a assaltam. Poeta do lar, da saudade das filhas mortas, da gratidão à esposa, das coisas humildes como as árvores da rua, a mangueira do quintal, o passeio público, etc.
Em 1921, foi lançado seu livro póstumo Outono, com versos de 1914, ilustrado por Calixto e João Carlos.
Faleceu no Rio de Janeiro em  8 de fevereiro de 1915.

Nota: Esta biografia foi extraída do site Wikipedia.

domingo, 28 de outubro de 2012

A Orfã na costura

Volto a ser criança quando leio esta poesia; parece que foi escrita por mim!
Meu pai gostava muito de recita-la para nós . . .

Minha mãe era bonita,
Era toda a minha dita,
Era todo o meu amor;
Seu cabelo era tão louro
Que nem uma fita de ouro
Tinha tamanho esplendor.

Suas madeixas luzidas
Lhe caiam tao compridas;
Que vinham-lhe os pés beijar;
Quando ouvia as minhas queixas
Em suas áureas madeixas
Ela vinha me embrulhar.

Também quando toda fria
A minha alma estremecia,
Quando ausente estava o sol,
Os cabêlos compridos,
Como fios aquecidos,
Serviam-me de lençol.

Minha mãe era bonita,
Era toda a minha dita,
Era todo o meu amor;
Seus olhos eram suaves
Como o gorgeio das aves,
Sôbre a choça do pastor.

Minha mãe era mui bela,
-- Eu me lembro tanto dela,
De tudo o quanto era seu!
Minha mãe era bonita,
Era toda a minha dita,
Em tudo e tudo meu.

Os meus passos vacilantes
Foram por largos instantes
Ensinados pelos seus.

Os meus lábios mudos, quedos,
Abertos pelos seus dedos,
Proununciaram-me -- Deus!

Mais tarde quando acordava,
Quando a aurora despontava,
Erguia-me a sua mão;
Falando pela voz dela,
Eu repetia singela
Uma formosa oração.

Minha mãe era mui bela,
-- Eu me lembro tanto dela,
De tudo o quanto era seu!
Tenho em meu peito guardadas
Suas palavras sagradas,
Co'os risos que ela me deu.

Estes pontos que eu imprimo,
Estas quadrinhas que eu rimo,
Foi ela que me ensinou;
As vozes que eu pronuncio,
Os cantos que eu balbucio,
Foi ela quem nos formou.

Minha mãe -- diz-me esta vida,
Diz-me também esta lida,
Este retroz, esta lâ;
Minha mãe! -- diz-me este canto;
Minha mãe! -- diz-me este pranto;
Tudo me diz: -- Minha mãe!

Minha mãe era mui bela,
-- Eu me lembro tanto dela,
De tudo o quanto era seu!
Minha mãe era bonita,
Era toda a minha dita,
Era tudo e tudo meu.

Luiz José Junqueira Freire
: Sua curta existência foi cheia de sofrimentos dissabores e desenganos. Nasceu na Bahia, em 31 de julho de 1822.

Para seus desgostos íntimos pensou achar remédio fazendo-se frade, mas,não encontrando na vida clausural alívio à dor que o martirizava, ao fim de três anos deixou o mosteiro.
No ano seguinte, em 24 de junho de 1855, falecia, em sua cidade natal, o malogrado poeta.
Junqueira Freire é um genuino representante do lirismo brasileiro.
Bibliografia -- Inspirações do Claustro, Contradições Poéticas,  Elementos de Retórica Nacional.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ilusões da vida

Simples palavras com grande conteúdo . . . uma bela lição de vida !

Quem passou pela vida em branca nuvem,
E em plácido repouso adormeceu;
Quem não sentiu o frio da desgraça,
Quem passou pela vida e não sofreu;
Foi espectro de homem - não foi homem,
Só passou pela vida -não viveu.

Francisco Otaviano de Almeida Rosa bachalerou-se em Direito pela Faculdade Jurídica de São Paulo e exerceu vários cargos públicos. Como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário do Brasil no Prata, negociou o tratado da tríplice aliança contra Lopez, o ditador do Paraguai. Deputado e Senador pela província do Rio de Janeiro; por vezes recusou a pasta de Ministro.
Inspirado poeta, Francisco Otaviano deixou-nos, além, das poesias originais, excelentes traduções de Byron, Shakespeare, Th. Hood e outros poetas célebres.
Bibliografia:Traduções e Poesias de Francisco Otaviano, publicadas pelo Dr. Amorim Carvalho, Rio de Janeiro, 1881 (só se tiraram cinquenta exemplares); os Cantos de Selma com prefácio de Salvador de Mendonça tip. da "República",  1872, Rio de Janeiro. (Edição de sete exemplares), e muitas poesias dispersas por jornais, revistas, folhetos e coletâneas. Como jornalista, Francisco Otaviano redigiu várias folhas e colaborou em muitas.
Nasceu no Rio de Janeiro em 26 de junho de 1825 e faleceu, também no Rio de Janeiro, em 28 de maio de 1889.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

No Jardim

"Tête sacrée! enfant 
aux cheveux blonds"
V. Hugo
Recitava esta com muita alegria . . . 

Ela estava sentada em meus joelhos
E brincava comigo - o anjo louro,
E passando as mãozinhas no meu rosto
Sacudia rindo os seus cabelos de ouro.

E eu, fitando-a abençoava a vida!
Feliz sorvia nesse olhar suave
Todo o perfume dessa flôr da infância,
Ouvia alegre o gazear dessa ave!

Depois, a borboleta da campina,
Toda azul - como os olhos grandes dela -
A doudejar gentil passou bem junto,
E beijou-lhe da face a rosa bela.

- "Oh! como é linda! disse o louro anjinho,
No doce acento da virgínia fala -
Mamãe me ralha se eu ficar cansada,
Mas - dizia a correr - hei-de apanha-la".

Eu seguí-a, chamando-a, e ela rindo
Mais corria gentil por entre as flôres,
E a flôr dos ares, abaixando o vôo,
Mostrava as asas de brilhantes côres.

Iam, vinham, à roda das acácias,
Brincavam no rosal, nas violetas.
E eu de longe dizia: - "Que doidinhas!
Meu Deus! Meu Deus! são duas borboletas! . . .

Cassimiro José Marques de Abreu: nascido em Barra de S. João em 4 de janeiro de 1837, foi, sem dúvida, o mais popular dos poetas brasileiros e um dos mais notáveis líricos da segunda geração romântica; é o poeta do amor e da saudade.
O pai o destinara à carreira comercial, para a qual, entretanto, não sentia a menor vocação. Mandado para Portugal, dalí voltou quatro anos depois, então já minado o frágil organismo pela pertinaz doença que o devia levar em pouco ao túmulo; Faleceu em 18 de outubro de 1860, en Nova Friburgo.
O poeta pôde ainda ouvir, na laranjeira à tarde, cantar do sabiá;
Primaveras, versos publicados em 1850, é a sua principal obra.




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Visita à casa paterna

Recitava quando recordava o convívio com os pais

Como a ave que volta ao ninho antigo,
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno.
O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
E fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, - olhou-me grave e terno,
E passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala... (Oh! Se me lembro! E quanto).
Em que da luz noturna à claridade,
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade!

Luiz Caetano Pereira Guimarães Junior, prosador e poeta lírico dos mais estimados, tendo vindo do romantismo, foi desde a publicação dos Sonetos e Rimas, um perfeito parnasiano, não só pela expressão poética, como ainda pelo esmero da forma e correção do  verso: como Josephin Soulary. Luiz Guimarães cinzela os seus sonetos com uma destreza maravilhosa.

Pertenceu a várias associações de letras e ciências estrangeiras e foi da Academia Brasileira de Letras, cadeira Pedro Luiz.

Deixou, entre outros trabalhos: Corimbos, História para gente alegre, Filigranas, Contos sem pretensão, Noturnos, Sonetos e Rimas,  Mont’Alverne, A. Carlos Gomes e outros perfis biográficos, etc.

Nasceu no Rio de Janeiro em 17 de novembro de 1845 e faleceu em Lisboa no dia 19 de maio de 1897.

sábado, 20 de outubro de 2012

Canção do Exílio


   Quando falava de saudade...

 

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
 
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas tem mia flores,
Nossos bosques tem mais vida,
Nossa vida mais amores.
 
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá.
 
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar __ sozinho, à noite __
Mais prazer encontro eu lá;
 
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá,
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;

Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que inda aviste as palmeiras,
Onde canta o sabiá.
 
 
Antonio Gonçalves Dias nasceu em Caxias- estado do Maranhão no dia 10 de julho de 1823 e morreu náufrago do Ville de Boulongnne, que abriu água nos baixos dos Atins, próximo ao farol de Itacolomi em 03 de novembro de 1864, dois meses pós ter embarcado no Havre em setembro.
O maior poeta lírico brasileiro __ na literatura nacional, representa na poesia, o mesmo importante papel que Alencar no romance:o cantor dos Timbiras e o romancista de Iracema têm a face comum do indianismo; maranhense foi ainda um dos chefes do movimento que libertou as nossas letras do velho classicismo português. 
 Gonçalves Dias completou os seus estudos em Portugal, para onde partiu em 1838. Formou-se em Coimbra. De volta ao Maranhão em 1845 no ano seguinte veio ao Rio de Janeiro pela primeira vez. Lecionou História pátria e latinidade no Colégio Pedro II.
 Em comissão do governo voltou a Europa em 1855. Em 1862, doente, pela terceira vez partiu para a Europaem busca de melhoras;regressou, sem as ter conseguido, em 1864, embarcando no Halgavre em setembro.
 Antonio Gonçalves Dias morreu náufrago do Ville de Boulongnne, que abriu água nos baixos dos Atins, próximo ao farol de Itacolomi em 03 de novembro do mesmo ano. 
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O Tédio


Não encontrei esta poesia nos dois livros citados, nos quais meu Pai, o Professor René de Deus Vieira estudou no ginásio de São de São João Del Rei. Ela foi copiada do Google.
Meu Pai a recitava com tanto altivez e orgulho que me emocionava e a todos que o ouvia.

O Tédio - Heinrich Heine, adaptação Mendes de Oliveira.

Paciente: Venho doutor, fazer-lhe uma consulta.
A doença que me punge e esteriliza a mocidade e o espírito,
Resulta de uma chaga que nunca cicatriza.
Muito embora comum a toda gente, a de que sofro, atroz hipocondria,
Tanto me torna pensativo e doente, que já não sei o que é paz nem alegria...
Sendo o mais sábio Clínico do mundo, sois também um filósofo notável, do Peito humano auscultador profundo, curareis este mal inexorável.
Que me destrói o organismo fibra-a-fibra
Que me enevoa o cérebro e o condensa.
Eu tenho um coração que já não vibra
Suporto uma cabeça que não pensa.
Este tédio mortal, tédio agoureiro,
Que me envenena, que me escurece os dias,
É como os beijos dado á dinheiro, numa noite de orgias.

Doutor: O amigo tem razão, padece realmente
Contudo a enfermidade, o morbus que o devora,
É um produto fatal do século de agora.
Uma emoção vibrante, um abalo violento, pode cura-lo
Creio. Apenas num momento. O tédio é uma sombria, uma
Fatal loucura. É a treva interior, a grande noite escura.
Onde se esquece tudo. A sorte, a vida amada.
 O nosso próprio ser e só se lembra o nada.
---diga-me. Alguma vez amou?
Nunca em seu peito estrugiu das paixões o temporal desfeito ?
Como as vagas de um mar que se agita e encapela, ao soturno rumor do vento.
E da procela?

Paciente: Nunca.

Doutor: Pois meu caro. Procure a agitação constante.
Um prazer esquisito, um gozo triunfante.
Já visitou a Grécia, o Oriente a terra santa ?
Os sítios onde tudo hoje evoca e decanta, as glorias uma idade imorredoura
E eterna, que amesquinha e deslumbra a geração moderna ?

Paciente: Em híbridos festins passei a mocidade. Percorri viajando, o mundo
E a humanidade, como Judas da lenda.
E entre as mulheres todas, cujos lábios beijei
Em bacanais e bodas,
Mulher nenhuma eu vi sobre a terra tamanha
Que para mim não fosse uma visão estranha.
Como parti voltei. Sem achar lenitivo para este mal doutor.
Que assim me trás cativo.

Doutor: Frequente o circo, amigo. A figura brejeira do famoso Arlequim,
Que a esta cidade inteira palmas e aclamações constantemente arranca.
Talvez lhe restitua a gargalhada franca.
 
Paciente: Vejo doutor, que o meu caso é perdido.
O truão de que falas, o palhaço querido
Que anda no Coliseu assim tão aclamado, tem um riso
De morte, um riso mascarado, que encobre a dor sem fim
Do tédio e do cansaço... sou eu este Palhaço.


Sobre o autor:

Heinric Heine nasceu numa família judia assimilada, em Düsseldorf, sob o nome de Harry. Seu pai era um comerciante que, durante a ocupação francesa, beneficiou-se directamente dos novos ideais de igualdade cívica para todos os cidadãos, em particular importante para os judeus, uma minoria discriminada nos territórios da actual Alemanha.

Licenciado em Direito em 1825, decidiu converter-se do judaísmo para o cristianismo luterano, assumindo então o nome de Christian Johann Heinrich e nomeando-se a si próprio pelo nome de Heinrich Heine. Decidiu-se pela conversão considerando as várias proibições e restrições aos judeus, então vigentes em muitos Estados Alemães.

Como poeta, Heine fez a sua estreia com "Gedichte" (Poemas) em 1821. A paixão não correspondida por suas primas Amalie e Therese inspiraram-no mais tarde a escrever alguma da sua lírica mais notável. Buch der Lieder ("Livro das canções", 1827) foi sua primeira grande coletânea de versos.

Heine trocou a Alemanha por Paris em 1831, onde sofreu influência dos socialistas utópicos, seguidores do conde Saint-Simon, cujo partido político intitula-se, em português, São Simonistas, que pregava um paraíso igualitário baseado na meritocracia.

A opção por Paris, a principio foi voluntária, pois Heine acreditava que encontraria na capital francesa maior liberdade de expressão e maior compreensão de suas ideias por parte da sociedade francesa, o que de fato aconteceu.

Foi um crítico mordaz da religião. A famosa expressão que qualifica a religião como "ópio do povo" - expressão posteriormente usada por Marx na Crítica da filosofia hegeliana do direito (1844) havia sido adiantada por Heine. Em sua obra Ludwig Börne (1840), Heine, com sua ironia peculiar, escreve:

Bendita seja uma religião, que derrama no amargo cálice da humanidade sofredora algumas doces e soporíferas gotas de ópio espiritual, algumas gotas de amor, fé e esperança.

Em relação a censura sofrida, Heine proferiu uma de suas mais conhecidas citações::

Aqueles que queimam livros, acabam cedo ou tarde por queimar homens (Almansor, 1821)

De fato, entre os livros queimados pelos nazistas, em 1933, na Opernplatz (Praça da Ópéra) de Berlim estavam as obras de Heine.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Menina a La Moda

Que interessante! 
Papai recitava esta, quando o assunto era a vaidade das mulheres.
 
 
_”Ai, Maria! Vem depressa,
 
Desaperta este colete!
 
Eu me sufoco... ai, já temo
 
Estourar como um foguete!”
 
 
__“Nhanhãzinha está tão bela!
 
Mas, enfim, dá tantos ais...”
 
__” Oh! Espera! Estou bonita?
 
Pois então aperta mais”.
 

Joaquim Manuel de Macedo nasceu em Itaboraí – Rio de Janeiro, no dia 24 de junho de 1820 e morreu também no Rio de Janeiro no dia 11 de abril de 1882.
Nenhum escritor influiu mais no seu tempo e conseguiu se popularizar tanto. O aparecimento de A Moreninha foi mesmo um acontecimento literário.

Macedo formou-se em medicina em 1844.
Lecionou História do Brasil no Colégio Pedro II, pertenceu ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.

Escreveu inúmeros romances e publicou ainda inúmeras crônicas, peças para teatro, discursos acadêmicos e políticos, estudos históricos, folhetins e artigos de jornais e revistas.

 

 

 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Viva o dia 12 de outubro - Dia de nossas Crianças


Continuando a homenagem ao meu querido Pai, “Professor René”, vamos, nesta data especial, homenagear as criaturas mais puras e lindas do mundo, as CRIANÇAS, as quais ele tanto amava.
Criança é o que temos de mais precioso.

São elas que nos dão as maiores alegrias e nos impulsionam a lutar pela vida.
Nada é mais abençoado que uma criança.

Onde existe criança, existe alegria, amor, felicidade, simplicidade, pureza, emoção, carinho, amizade, união...
A criança nos ensina de maneira peculiar a nos relacionar com os outros. São elas as responsáveis por grandes mudanças nos grupos familiares: Deus criação, família, religião, amizade, escola, trabalho, faculdade, voltando ao início de tudo - Deus criação que nos une pelo matrimonio.

Onde a criança impera, vive-se o amor.
Vamos deixá-las viver esta importante fase da vida.

Para saudar a cada uma de nossas queridas crianças,  inclusive meus netos, Luíza, Eduardo Otávio Júnior, João Pedro, Manuela, meus sobrinhos netos: Sara Vitória,Stephany, Catarina, Gabriel, Bernardo,César Durval e ao meu sobrinho italo-americano Darius e Owen meu sobrinho brasileiro e americano.

Crianças, estas histórias são para vocês.
Meus queridos netos, Vovó Dedida abraça cada um de vocês através das histórias contadas por mim.
Assistamos aos vídeos abaixo.

Beijos. Amo todas vocês, crianças!...

A Historia da Vaquinha que procurava sua mamãe

A Historia da Vaquinha que procurava sua mamãe


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Menina bonita do laço de fita

Menina bonita do laço de fita
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A formiguinha e a neve

 
A formiguinha e a neve

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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Mal Secreto


Falava assim da dor de amor...
                                          MAL SECRETO

                           Se a cólera que espuma, a dor que mora
                           N’alma e destrói cada ilusão que nasce;
                           Tudo o que punge, tudo o que devora
                           O coração, no rosto se estampasse:

                           Se eu pudesse o espirito que chora
                           Ver através da máscara da face,
                           Quanta gente talvez que inveja agora
                           Nos causa, então piedade nos causasse!

                           Quanta gente que ri, talvez consigo,

                           Guarda um atroz, recôndito inimigo,

                          Como invisível chaga cancerosa!


                          Quanta gente que ri, talvez existe
                                                  
                          Cuja ventura única consiste

                          Em parecer aos outros venturosa!

 Raimundo Correia exerceu cargos de magistratura, de administração e de diplomacia: foi juiz na Capital Federal e no estado do Rio de Janeiro, dirigiu o Ginásio Fluminense em Petrópolis e foi Secretário de Legação em Lisboa. Professor de Direito.
Pertenceu à Academia Brasileira – cadeira Bernardo Guimarães.

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A Escola


Vejam como Prof. René amava o Saber!
                                

                            A escola é o foco de onde a luz radia 
 
                           A luz que aclara os tempos e as nações;
 
                           Ora é luz que descanta, é cotovia;
 
                           Ora é centelha de revoluções!
 
                           Por onde que o soldado balbucia
                           O nome “Pátria”, que enche os corações?
                           Onde é que nasce o amor? Onde a poesia?
                           Onde as mais santas das inspirações?

                           Na escola irrompe, em solitário afeto                
                           O altruístico e elevado sentimento,
                           Graças ao fogo, de paixão repleto.
 
                           Das lavas do vulcão do entendimento:
                          _ “É que há mais luz nas letras do alfabeto
                           Que nas constelações do firmamento!”

 
Basílio de Magalhães nasceu em São João Del Rei – Minas Gerais, no dia 14 de junho de 1875.
Basílio de Magalhães é uma ilustração fora do comum, servida por uma inteligência verdadeiramente notável.
Votando-se desde cedo, às letras, trabalhou assiduamente na impressa mineira e na paulista. Lente de História no ginásio de Campinas. O nome do Professor Basílio de Magalhães figura no quadro social do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, da Academia Paulista de Letras, do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas: e é um dos três vice-presidentes brasileiros da Internacional Prohibition Confederation.