quinta-feira, 23 de abril de 2020

23 de abril - Dia Mundial do livro

Para falar sobre o livro, escolhi estas frases, porque elas falam, com maestria, sobre ele:

Monteiro Lobato:
  • “Um país se faz com homens e livros...”
  • “Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.
  • Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê...”

Elan Kleber:
  • “Ao abrir um livro, vislumbro um horizonte, onde a visita vai muito além do ponto.”

Aulos Carvalho:
  • “A vida é um livro, em cada capítulo, nascemos todos os dias.”

Ítalo Calvino:
  • “Um livro clássico nunca termina o que nos tem a dizer.”

Platão:
  • “Livros dão alma ao universo, asas para a mente, voo para a imaginação e vida a tudo.”

Bill Gates:
  • “Meus filhos terão computadores, mas antes terão livros.”

Jorge Luís Borges:
  • “Eu sempre imaginei que o paraíso seria um tipo de biblioteca.”

Joseph Conrad:
  • “O autor só escreve metade do livro. Da outra metade, deve ocupar-se o leitor.”

Charles W. Elliot:
  • “Livros são os mais silenciosos e constantes amigos; os mais acessíveis e sábios conselheiros; e os mais pacientes professores.”

Lloyd Alexander:
  • “Continue lendo. Isso é uma das mais maravilhosas aventuras que alguém pode ter.”

quinta-feira, 2 de abril de 2020

Dia Internacional do Livro Infantil

2 de abril é o Dia Internacional do Livro Infantil. 
Em homenagem a esta data, nada melhor do que contar um pouco da vida de HANS CHRISTIAN ANDERSEN.

Sua vida foi como um conto de fadas. Nasceu pobre, ficou órfão, mas a sua capacidade de imaginação foi povoada pelas fadas do destino, que o transformaram em escritor, tornando-o mundialmente querido e traduzido para inúmeras línguas.
Sua cidade natal é Odessa, na Dinamarca. Nasceu em 2 de abril de 1805. Seu pai era sapateiro e sua mãe lavadeira. Ele cresceu em um ambiente protetor e religioso, num país próspero onde havia um certo equilíbrio entre ricos e pobres. 
Viveu a infância num período turbulento, durante o período que Napoleão avançou com vitórias. Seu pai foi um combatente, que voltou  para casa, já inválido, dois anos depois.
Com a morte do pai, em 1814, quando Andersen tinha apenas 9 anos de idade, sendo ele o único homem da casa, passou a conviver com o sofrimento de sua avó, sua mãe e sua irmã, quando as mesmas lhes cobravam a obrigação de salvar a família.
Todas viam nele uma espécie de salvador. Elas acreditavam na profecia de uma cigana que passara pela cidade e leu nas cartas, ele, o menino de 9 anos apenas, teria um destino próspero. Essa profecia veio mais tarde ser concretizada pelas suas obras.
Por ter sido tão cobrado pelas mulheres de sua família, assumiu cedo a responsabilidade adulta e começou a trabalhar em vários pequenos serviços para ganhar algum dinheiro para o sustento da família.
Ele tentou, neste período, ser sapateiro como o pai.
Foi nesta época difícil de vida, que, Hans Christian Andersen começou ouvir histórias nos grupos de trabalho das fiandeiras, nos serões familiares, ou quaisquer outras ocasiões.
Foi daí, então, que surgiu em seu imaginário a semente da arte popular que, mais tarte, ou tornaria o escritor Hans Christian Andersen, o famoso Andersen dos Contos Folclóricos Nórdicos, transmitidos, oralmente, de geração, para geração.
Hans Christian Andersen, ainda menino, encantou-se por estes contos nórdicos e começou a ler o que seu pai lia para a família nas noites frias de inverno, ao pé do fogo.
Ele leu as histórias das mil e uma noites, trechos de comédias populares, como O Tolo Oleiro de Estanho,  do famoso escritor do século VIII, Ludwig Olberg.
Todas estas leituras, que semearam o seu imaginário, levaram-no para a literatura e teatro.
Alguns de seus biógrafos registram que Andersen, na adolescência, chegou a montar um teatrinho de fantoches, inventando situações e confeccionando, ele próprio, a roupa dos bonecos. Por esta razão, sua mãe sonhou, para ele, a profissão de alfaiate; mas Andersen aspirava outra coisa.
Ingressou no teatro, por ser a grande atração popular da época.
Aos 14 anos, através de um livro que lhe emprestaram, conheceu o teatro de Shakespeare, que o levou para fora de Odessa.
Foi para Copenhagen, depois de convencer a mãe que lá se cumpriria a profecia da cigana.
O menino, que apenas tinha curso primário, sonhava ser aceito em uma grande companhia de teatro.
Frustrado por não ser aceito em nenhuma companhia teatral, pois, não tinha estudos suficientes, passou a trabalhar para sobreviver, como aprendiz de marceneiro.
Nunca deixou de ler e, nestas leituras, conheceu o romance de Balzac e Walter Scott.
Tentou escrever pequenos contos ou novelas, mas, seu sonho era o teatro.
Não desistiu e teve uma nova oportunidade, quando aproximou-se do diretor de uma academia de música, o musicista italiano Siboni, que, simpatizando com o jovem, convidou-o para exibir seus talentos em um jantar oferecido a amigos, em sua casa.
Em meio à exibição de canto e declamação, Hans Christian Andersen ficou emocionado e desmanchou-se em lágrimas, incidente este que lhe abriu caminho para o futuro consagrador.
Alguns dos presentes o encaminharam para os estudos de latim, alemão, inglês, história e conto.
Conseguiram para ele pequenos papeis de figurante, em pequenos espetáculos e incentivaram-no a oferecer uma das suas tragédias  ao Teatro Real mas, não obteve êxito.
Também neste tempo, ele conheceu o conselheiro de estado e membro da direção do Teatro Real, Jonas Collins, o qual, reconhecendo o seu talento, resolveu adotá-lo, com a condição de que estudasse, durante 2 anos, para adquirir a cultura básica indispensável à criação artística.
Concluídos os 2 anos, em 1831, quando já estava com 26 anos de idade, o Sr. Jonas Collins lhe conseguiu uma bolsa de estudos para um estágio na Alemanha, onde descobriu o mundo da Alta Cultura.
Em 1833, terminado este estágio de estudos, foi contemplado com nova bolsa, concedida pelo Rei Frederico VI, para um roteiro de viagens culturais pela Alemanha, países baixos, Bélgica, França, Suíça e Itália.
Andersen tornou-se hóspede de famílias nobres e abastadas, os Mecenas que protegiam artistas ou escritores de talento, dedicados exclusivamente à arte.
Foi nesta época em que Andersen revelou-se um Contador de Histórias, que fascinava crianças e adultos.
Ele comentou em uma de suas anotações:
“Ao inventar histórias, eu mergulho no fundo do coração, apanho uma ideia para os adultos e, então, conto-as para as crianças, sempre me lembrando que papai e mamãe escutam, muitas vezes, e que preciso dar-lhes qualquer coisa para pensar.
Tenho matéria em abundância, mais do que para qualquer outro gênero poético. É como se cada muro, cada florzinha me dissesse:
´Olha-me um pouco, então compreendereis minha história’ 
De suas viagens, foi na Itália que se demorou mais, seduzido, não só por suas belezas naturais e suas poéticas ruinas do passado, mas, principalmente, pela nova literatura que surgia, influenciada pelo novo movimento romântico.
Na roda de amigos, era chamado de “O Improvisador”.
Foi esse o título - O Improvisador – que ele deu ao seu primeiro romance de estreia, lançado na Itália em 1835, cujo laço autobiográfico é narrado em tom de lenda.
Foi com este livro publicado, que Andersen, aos 30 anos de idade, consagrou-se como escritor.
“O Patinho Feio” começava a se transformar em “Cisne”.
Após esta publicação, durante anos, precisamente de 1835 a 1858, Andersen escreveu os “Cadernos de Contos Infantis” que o consagraram universalmente, como uma das vozes mais singelas e ingênuas, vividas mais pelas emoções do que pela argúcia do intelecto.
Ao longo de 50 anos de vida literária, Andersen visitou inúmeros países onde foi recebido com honraria: Inglaterra, Suécia, Bélgica, Áustria, Grécia, Turquia, Espanha, Portugal e Países do Norte da África.
Fez amigos por toda parte e conheceu, familiarmente, alguns dos imortais das letras e das artes: Victor Hugo, Heine, Charles Dickens e Franz Liszt.
Hans Christian Andersen faleceu em 04 de agosto de 1875, na sua casa de campo de Rolighed, em Copenhagen.
Esta foi a trajetória do homem e do escritor que abriu as portas da literatura escrita para crianças.
Nada mais justo, que comemorarmos o aniversário de Hans Christian Andersen, 02/04,  como o  DIA INTERNACIONAL DO LIVRO INFANTIL.


Fonte:
_______. Revisitando o universo de Hans Christian Andersen. In ANDERSEN, Hans C. Contos de Hans Christian Andersen. Tradução de Silva Duarte; Prefácio e comentários de Nelly Novaes Coelho. São Paulo: Paulinas, 2011. p. 5 – 19. (Coleção Contos da fonte)

sábado, 24 de dezembro de 2016

A História de uma Canção

Caros familiares;  Caros amigos reais e virtuais,

Faço-lhes minha homenagem neste NATAL,  contando uma linda história, da qual eu gosto muito,  é a história de uma canção, Noite Feliz.  Espero que gostem e desejo-lhes um NATAL com muita saúde,  paz, harmonia e amor.





segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Roupas com histórias infantis

Roupas persanaluzadas com os temas das histórias infantis clássicas e músicas clássicas também infantis são encontradas com qualidade no site da marca RABISPIXA.
As roupas são lindas, bem feitas e atende a diversas faixas de idades infantis.
É um site responsável no qual já comprei e fui muito bem sucedida. As crianças as quais eu agraciei amaram. 
Levei algumas peças de presente para os USA. Foi um sucesso. 
Para quem mora na cidade do Rio de Janeiro, dependendo do bsirro, pode entrar em contato com os responsáveis e sua encomenda será entregue em sua casa sem custo de correios. 
Site:

Entrem para conferir. Você vai encantar.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Primeiro de abril, dia da mentira.

É curioso como, em todos os anos, fazemos essa reflexão.
 
Se mentir não é uma coisa boa, por que ter um dia em sua homenagem?

Lembro-me sempre das palavras de meu saudoso pai: Mentir é tão feio, é prejudicial.

Em minha opinião, o dia da mentira é um dia de reflexão.
Pensar sobre a palavra mentira que contraria muita gente e faz muitos reféns significa refletir sobre o que ela nos causa ou provoca: dor, tristeza, decepção. Risos, alegria momentânea, brincadeiras, relatos divertidos.

Por falar em contos, causos divertidos vou contar-lhes  em breves palavras a história da Revoltas das Palavras escrita em um livro de José Paulo Reis e desenhos de Angela-Lago.
José Paulo Reis diz ser uma fábula moderna.

No livro ele brinca com a palavra Verdade e Mentira. Elas se revoltam segundo o autor pelo fato de não aguentarem mais ser mal usados. Elas resolveram durante um dia atrapalhar a vida de todo mundo que alterasse o seu real sentido para enganar as pessoas de boa fé.

Conta com muita graça: A Verdade diz às palavras: “De agora em diante, todas nós devemos nos recusar a ser mal-usadas. Assim quando alguém quiser dizer ou escrever uma mentira disfarçada de verdade, não conseguirá. Porque, em vez de eu aparecer, mandarei no meu lugar a Mentira”. E vice-versa.

Ele conta uma fábula interessante onde o responsável de uma gráfica escreve os anúncios a ele encomendados e os anúncios aparecem no outro dia nos jornais o contrário: o anúncio encomendado por um industrial eram elogiando seus produtos, mas aparecem no outro dia no jornal falando o contrário com muita clareza dizendo: "os produtos estavam muito longe de serem os melhores do mundo".

Claro que ele ligou furioso para o dono da gráfica que coitado não soube explicar o que havia acontecido, pois ele mesmo antes de publicá-lo conferiu e nada havia sido alterado.

Imaginem o rebuliço. O livro explica muito bem a troca de palavras e nos alerta para que nunca tentemos mudar o sentido delas para conseguirmos algo ou iludir alguém.

É um livro muito bom para ser lido neste dia Primeiro de Abril.

Eu recomendo, pois ele tem humor.

domingo, 20 de março de 2016

Dia Nacional do Contador de Histórias


Comemoramos hoje, 20 de março, o Dia Nacional do Contador de Histórias!
Contar histórias e atrair a atenção do público não é coisa simples.
Uma pessoa para contar uma história precisa de muitas habilidades:
O Dom da Palavra, Presença;  Simplicidade;  Boa Memória;  Repertório;  Conhecimento e muito mais.
Hoje em dia, quem quer contar histórias precisa de tudo isso, além de muito estudo e pesquisa, pois o público está cada vez mais exigente. Ser Contador de Histórias é coisa séria.
Por exigir tanto de quem gosta e tem o dom de contar histórias, nós, os Contadores de Histórias,  estamos lutando para que esta Arte se torne uma profissão.
Profissão  que exige disciplina, prática e muito estudo e pesquisa.
Quem conta uma história sempre tem várias perguntas a responder:
Quando, Como, Onde e Porque me tornei  um contador de histórias?
Eu, por exemplo. Desde muito pequenina ouvi histórias de minha avó materna e de minha mãe, contadoras de histórias natas, pois utilizavam delas para educarem os filhos. Eram elas sábias mulheres.
Minha mãe,  com seus 96 anos de idade,  ainda hoje reúne grande público quando começa a contar algo de sua vida, do tempo e lugar onde nasceu. Enquanto conta ninguém pisca. Às vezes dão risadas, quando conta algo engraçado.
Antigamente, nos anos 50 ela  era uma jovem senhora e professora, com seus sete filhos, morando longe dos grandes centros, numa pequena vila sem luz elétrica, segurava sua lamparina, assentava-se a noite no fogão de lenha rodeada pelos filhos, seus sete tesouros e, descortinava histórias.
Eu lembro perfeitamente. Era muito belo este momento, pois era fascinante.
Demorei a começar contar histórias. Esperei demais, para entrar nesta Arte que sempre me  encantou.
Primeiro contei causos, pois aprendi com meu pai, também um professor que passou sua vida ensinando aos seus alunos matemática e física contando causos. Eu me encantava com tudo que ele contava, pois tudo era muito divertido.
As histórias, eu não sei por que razão,  deixei-as para mais tarde, quem sabe elas estavam maturando em meu subconsciente.
O fato é que eu só me dei conta de que podia contar histórias, depois que me aposentei. Tarde demais, lastimo, pois eu sabia desde pequenina naquela vila onde morava com meus pais e irmãos que seria uma contadora de histórias. Eu sentia isto quando ouvias as que minha mãe e avó contavam e, quando ouvia os causos de meu pai.
Nasci num lugar propício a oralidade. Lá tudo virava histórias. Seu povo era rico de palavras encantadas, de palavras que correm e andam em direção de uma roda de histórias.
Este povo com os quais eu convivi, inventava palavras e frases, buscava palavras antigas, floreava, encantava e até colocava magia em tudo. Tenho saudades dos meus tempos de criança.
A saudade é tanta que um dia escrevi sobre aqueles tempos, ao lado de minha mãe, minha primeira professora da Arte de Contar Histórias.
Naquele tempo ela tinha de ser realmente uma mulher sábia, pois tinha que inventar, se virar para fazer felizes os seus sete filhos, num lugar com tantas superstições, onde a vida era simples demais.

Para vocês a história que eu escrevi falando de minha mãe com seus sete filhos.
 
No aconchego de uma mãe

                Qual mãe brinca de pegar, esconde – esconde, correr, pular, fazer caretas e tudo mais com seus filhos em dia de chuva? Conheço uma que fazia tudo isto.
Lembro quando criança de uma mãe que acordava cedo, corria para o trabalho e voltava tarde, cansada e feliz! Adorava estar junto de seus filhos que ainda são seu maior tesouro.

                Tinha uma vida simples, mas cheia de aventuras. Como entreter sete crianças dentro de casa em dias de muita chuva, frio e vento? Ela conseguia porque, junto com os filhos, virava criança também! Corria de um lado para outro, escondia qualquer coisa para que procurassem, chutava bola, brincava com bonecas e o que mais pudesse inventar para animar seus pequenos. Tudo era possível.
                Os vizinhos e sua querida companheira de todas as horas, uma jovem que a ajudava na lida da casa, também madrinha de uma de suas filhas, observavam e deviam pensar “Que loucura! Como ela pode fazer tudo isto?”.

                Quando chegava do trabalho o marido não queria acreditar no que estava vendo!
                - Veia! - Dizia ele de maneira carinhosa como sempre a chamava - O que é isso? Você está louca?

                - Apenas brincando com nossos filhos, coitados, com chuva eles não podiam ir para o quintal! - Era a resposta que dava com um sorriso.

                - Só você mesmo! -  Respondia ele balançando a cabeça e olhando para cada um dos filhos. Ficava surpreso e ao mesmo tempo feliz vendo tanta alegria naqueles rostinhos suados. Imaginava que as brincadeiras já duravam horas!
                - Está anoitecendo - O pai, amorosamente falava - vamos mudar de diversão porque está na hora do meu noticiário no rádio.

                A mãe e os filhos deixavam a enorme sala e iam para a cozinha onde todos sentavam ao redor do fogão a lenha para ouvir as histórias que ela contava. Falava sobre reis e rainhas, príncipes e princesas, fadas e bruxas, animaizinhos e feras, assombrações, histórias bíblicas e até alguma passagem sua do dia a dia. Ia contando, contando até perceber os olhinhos fechando, fechando pelo sono que se aproximava.
                Como ela se encantava com aquela cena!

                Interrompia as histórias e levava-os para o quarto. E ali ficava acariciando suavemente cada criança até que todos dormissem. Voltava para a sala e dizia ao esposo: “Adormeceram serenos os nossos amados filhos. Vamos dormir também. Amanhã será outro dia.”.
                E era sempre assim. 

                Lembro perfeitamente de todos esses momentos. E meus irmãos também. Porque somos os felizes filhos dessa mãe tão especial que sabia como ninguém transformar os dias ruins em cenários de ternura, encantamento e aventuras.
 
Este conto foi inspirado na vivência com minha mãe, meu pai e meus irmãos quando éramos crianças na cidade de Lagoa Formosa – MG.

 

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Contos de fadas tem origem pré-histórica, diz pesquisa

Para quem gosta desse assunto, veja a seguir a reportagem da BBC    


 A história "A Bela e e Fera" tem cerca de 4 mil anos de idade, aponta nova pesquisa
 
Contos de fadas como A Bela e a Fera podem ter milhares de anos, segundo pesquisadores de universidades em Durham, na Inglaterra, e em Lisboa, em Portugal.
Empregando técnicas mais comuns a biólogos, os acadêmicos investigaram as ligações entre diferentes histórias pelo mundo e descobriram que algumas possuem raízes pré-históricas.

Leia também: Qual o verdadeiro significado dos contos de fadas?

Alguns contos, segundo a investigação, são mais velhos do que os registros literários mais antigos – um deles remonta à Idade do Bronze (iniciada por volta do ano 3000 a.C.).
Em geral, acreditava-se que essas histórias datassem dos séculos 16 e 17.

Contos compartilhados

 
No século 19, os irmãos Grimm – Jacob (1785-1863) e Wilhelm (1786-1859) – acreditavam que muitos dos contos de fadas que eles ajudaram a popularizar tivessem raízes em uma história cultural compartilhada que remonta ao nascimento das línguas indo-europeias.
Pensadores depois mudaram essa concepção, ao dizer que algumas histórias eram bem mais recentes, tendo sido transmitidas pela tradição oral após serem criadas nos séculos 16 e 17.

Leia também: Fotógrafo usa formigas para criar contos de fadas

O antropólogo Jamie Tehrani, da Universidade de Durham, que trabalhou com a pesquisadora de folclore Sara Graça da Silva, da universidade Nova de Lisboa, disse ter reunido evidências que mostram que os irmãos Grimm estavam certos.
"Algumas dessas histórias são muitos mais antigas do que os primeiros registros literários, e até mais do que a mitologia clássica – algumas versões dessas histórias aparecem em textos gregos e latinos, mas nossas descobertas sugerem que são bem mais antigas do que isso."
 

Pesquisadores afirmam que irmãos Grimm estavam certos ao apontar que histórias que popularizaram são mais antigas do que registros literários mais antigos
 

Histórias milenares

 
O estudo, publicado na revista científica Royal Society Open Science, utilizou análise filogenética, desenvolvida pela biologia para investigar relações entre espécies.
Também analisou uma árvore de línguas indo-europeias para rastrear a origem de contos compartilhados por diferentes culturas, para verificar até onde poderiam ser identificados no passado.
Segundo Tehrani, o conto João e o Pé de Feijão (Jack and the Beanstalk, em inglês) foi classificado em um grupo de histórias nomeado como "O menino que roubou o tesouro do ogro", e teve a origem identificada no período da divisão leste-oeste das línguas da família indo-europeia, há mais de 5 mil anos.
A análise também mostrou que A Bela e a Fera e O Anão Saltador têm cerca de 4 mil anos de idade.
E a origem de uma história de folclore chamada O Ferreiro e o Diabo (The Smith And The Devil, em inglês), sobre um ferreiro que vende a alma em um pacto para ganhar superpoderes, foi estimada em 6 mil anos, na Idade do Bronze.
"É notável que essas histórias tenham sobrevivido sem ter sido escritas. Elas têm sido contadas antes de o inglês, francês ou italiano existirem, e provavelmente eram narradas em uma língua indo-europeia extinta", disse Tehrani.