domingo, 21 de setembro de 2014

Dia da Árvore

Hoje, dia 21 de setembro, comemoramos o Dia da Árvore, tão importante para a sobrevivência do homem. Em todo planeta encontramos uma árvore que nos conta a sua história e nos dá seu alimento, oxigênio, sombra, remédios, madeira para construirmos nossas moradias e ainda abrigam pequenos animais em seus galhos.
Este dia é comemorado próximo ao início de uma das estações mais lindas e alegres a Primavera. Tudo isso é muito bonito!

Nada melhor que uma história, para dizer-nos a importância da ÁRVORE,  para nós e para nosso planeta.

A seguir a história:

O SEGREDO DA GRANDE ÁRVORE

Texto de: Momma Raggi
Ilustrações de: Márcio Paulo

Era só um grande pé de azeitona no mundo, o mais cheio de ramos, o mais bonito. Ele tinha crescido próximo a um muro que protegia e circundava uma pequena cidade, mas tinha se tornado tão grande que seus ramos já se espalhavam pelo outro lado.
Justamente do outro lado existia um grande descampado com o qual ninguém nunca havia se preocupado antes. Um terreno enorme, completamente esquecido pelos moradores da cidade.
Certa vez, durante um dia de vento, a Grande Árvore sentiu um leve toque na sua enorme copa. "Certamente é um daqueles animalzinhos que sempre vêm me visitar", pensou a árvore. Depois, movimentando seus ramos com muita delicadeza ajudou o pequeno hóspede a descer sem que lhe acontecesse algum mal.
Mas não era um animalzinho: dos ramos caiu uma pequena semente de trigo, que havia sido transportada pelo vento. Quem sabe de onde, talvez de um campo muito distante.
A sementinha, com muito medo, começou a chorar quando percebeu que estava sozinha. Mas a Grande Árvore, com um amor enorme, lhe disse: "Você não está sozinha. Eu estou com você. Fique tranquila, minha pequena, não lhe acontecerá nada. Procure se acomodar na terra e verá que também você se tornará um belo pé de trigo".
Confiante naquelas palavras, a sementinha colocou-se entre as fendas da terra, até se decompor, sonhando em se tornar uma bela planta. A grande Oliveira a protegia dos perigos e acariciava com as suas folhas o local onde a sementinha se encontrava.
Embaixo da terra, a sementinha não via a árvore, mas sentia que ela estava ali perto, porque se sentia amada e protegida.
Algum tempo depois, a plantinha rasgou a terra e viu a beleza dos ramos que a protegiam. Cresceu rapidamente, até que chegou o momento de deixar cair por terra as suas sementes.
Também essas outras sementinhas, confiantes no amor da Grande Árvore, esconderam-se na terra até se decomporem, sonhando em se tornarem belos pés de trigo.
A Grande Árvore cuidava delas e as protegia constantemente, da mesma forma e com a mesma medida com a qual tinha amado a primeira semente. Elas não conseguiam vê-la, mas sentiam o seu amor.
Passaram-se os meses, os anos, e a história se repetiu: outras plantinhas .... outras sementes. Pouco a pouco aquele terreno esquecido por todos se tornou um imenso, estupendo, riquíssimo campo dourado de trigo. Todos os anos renovava-se a confiança das novas sementinhas na Grande Árvore e se realiza sempre o sonho que elas alimentam: tornarem-se belos pés de trigo.
Todavia, ninguém no mundo se dava conta da existência desse trigal. Nem de quanto aquele campo abandonado, do outro lado do muro, tinha se tornado belo.
"Chegou a hora de colher os grãos de trigo, pensou a Grande Árvore. Mas os homens não se davam conta disso. Ëu sou a árvore preferida do fazendeiro", disse a Grande Árvore com muita segurança. E decidiu: "Também eu morrerei com meus amiguinhos!". E assim fez!".
"Os agricultores verão o meu sofrimento, falarão de mim ao fazendeiro e ele mandará alguém podar os meus ramos; então alguém subirá a escada e do alto verá o que existe do outro lado do muro".
E aconteceu exatamente como a Grande Árvore havia pensado.
Por causa do amor da Grande Árvore, toda a cidade se deu conta do campo de trigo, com suas belas espigas, prontas para serem colhidas e transformadas em pão para toda a cidade.
Numa grande festa a colheita foi feita.
Já se passaram diversos anos; mas o trigal continua cheio de vida e de grãos.


Extraído da Revista Cidade Nova - Espaço Criança.
Número 1 - Janeiro - Fevereiro 2006