quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Quem Foi Machado de Assis

Recentemente fui convidada para falar sobre Machado de Assis para o grupo de contadores de histórias - AGREGANDO, do qual faço parte também.
Em nossos encontros que acontecem uma vez por mês, é costume do grupo ora contar histórias ora estudar um autor

Eis o autor escolhido.

MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no Morro do Livramento no Rio de Janeiro, a 21 de junho de 1839. A sua origem é humilde e obscura.
Conhece-se o drama de sua pobreza; contudo, pairam, ainda, dúvidas a respeito do seu começo de vida.
Deve ter tido uma infância simples, quieta, sem grandes alegrias, nem profundas tristezas.
Provavelmente brincou com as outras crianças, mas sem elas. Desde cedo foi um introvertido. Um isolado. Sozinho e tristonho fechou-se dentro de si mesmo. Encerrou alma e inteligência em uma inacessível torre de marfim.

Na escola pública, aprendeu as primeiras letras. Após foi sacristão e o ambiente da igreja lhe encheu o espírito de “uma harmoniosa impressão de religiosidade”.
A sua primeira tendência é, pois, no sentido das coisas divinas. Muito jovem, entrou em contato com a dura realidade do mundo. Leu cheio de curiosidade; leu avidamente e encontrou na leitura o seu verdadeiro destino.
Os livros lhe deram consciência de si mesmo, do seu valor, da sua finalidade. Descobriu uma larga estrada e por ela passou a trilhar.
Inicia-se, literariamente, versejando. É um adolescente que se queixa e sofre. É um quase menino que conhece a saudade e chora a dor da ausência.

Paula Brito, Francisco Otaviano e Quintino Bocaiúva orientaram e estimaram o jovem que parecia trazer a revelação de um talento superior.
Vivendo em meio a agitações, caso singular, encarou-as com indiferença. Opiniões públicas “não as tinha fixas nem determinadas”.
Machado de Assis foi um bom. “Este cuidado de não magoar ninguém foi à norma de conduta de toda a sua vida.” Trabalhou como tipógrafo e acabou funcionário público: dois ambientes pesados que pareciam ter abafado a sua inspiração.
Todavia, não se lhe embotou a sensibilidade. Ao contrário, exacerbou-se, completou-se e acabou perfeita.

O Sofrimento, este grande cinzelador de almas e de inteligências, deu forma definitiva ao homem e ao artista.
“Machado de Assis produziu tranquilamente e sem aparato, como uma planta produz o seu fruto, sem anúncio, sem surpresa, sem admiração de si mesmo”.
Escreveu com muita influência. A forma lhe saiu naturalmente bela, como foi naturalmente profundo o conteúdo.

A obra de Machado de Assis é produzida em dois períodos literários, em duas épocas diversas e antagônicas, embora uma seja decorrente da outra.
A sua “estreia” literária se faz, ainda no Romantismo. A primeira prosa e os primeiros poemas traduzem um subjetivismo intenso e uma visão deformada das coisas.
Há versos melosos. Quase há heroínas do tipo das “Divas” e “Senhoras” de José de Alencar.

Mais tarde Machado de Assis fará o Realismo __ um realismo todo especial, “Sui-generis” __ o realismo psicológico.
Machado de Assis nunca foi um naturalista. A delicadeza dos seus sentimentos e um pudor íntimo lhe impediram o estudo do animal que espreita em cada criatura.
Ele nunca pode ligar o cientificismo à arte, nem se interessou em descrever a __ Besta humana.

Romântico na primeira fase, autor objetivo e pesquisador da alma do homem na segunda, não quis fazer o “Romantismo às avessas”, nem o realismo dos baixos apetites.
Preferiu ficar em um plano superior, como figura única, e sob certos aspectos, diríamos universal, se autor brasileiro fosse lido em outras terras...

Machado de Assis foi um humorista, quer dizer __ um autor que escreveu com “humour”. Que representará, então, esse “humour”? Será um jogo de espírito? Uma graça no dizer, no expressar? Apenas isso, não. Já um aforismo inglês declara: “Humour is more than wit”.
Há várias definições. Uma sentimental __ “Humour é uma lágrima que ri” outra mais grave __ “Cèst la plaisamentrie dùn homme qui, em plaisantant , garde une mine grave”.
Pois o humor é tudo isso e mais. É o sorriso orvalhado de lágrimas.
É o gracejo do homem que, gracejando, mantém aparência séria. É a zombaria amarga de quem esta prestes a chorar. É o sarcasmo doloroso daquele que procura escarnecer da vida, dessa vida amarga e cruel, vida que leva sempre de um desencanto a outro desencanto, de uma dor a outra dor. Vida cuja única alegria é a página final.

Machado de Assis foi um infeliz.
A epilepsia, essa neurose cujo nome tinha medo de pronunciar e cuja lembrança provocava nele arrepios de pavor, fez dele um torturado, um homem pessimista e cheio de fel.

Num estilo, que é uma verdadeira maravilha de beleza, de elegância e de correção, ele deixou o ceticismo e a velha sabedoria da sua alma, alma que tinha a velhice e a sabedoria de todos os séculos. As principais figuras de Machado de Assis, moralmente falando, estão cobertas de farrapos. Não nasceram nem para o bem, nem para o mal; mas acabam na dor; uma dor cínica e má, que não redime. As suas mulheres não encontram um ponto terminal, nem na virtude nem no erro.
São quase sempre (refiro-me à grande trilogia de Machado de Assis), criminosamente neutras. Praticam o vício inconscientemente. E têm inconscientes atitudes de nobreza.

Sabemos que Machado de Assis amou os homens e teve piedade deles. Mas, tímido e infeliz, sentiu necessidade de expandir a sua agonia interior. E deu assim, para delícia dos leitores, legítimas obras-primas. Revelou profundo conhecimento psicológico e proporcionou venenosas pílulas __ cobertas de açúcar. Escritor que amarga e desilude é, no entanto, um prazer lê-lo.
SUAS OBRAS:

- POESIAS
 
Nas Crisálidas, Machado de Assis surge saturado de Lamartine e de Musset. Não há aí a confusa exuberância dos nossos românticos. Já se verifica a preocupação do invólucro.
Os primeiros poemas, como ÊRRO, apresentam, igualmente, evidente influência de Garret.

Nos VERSOS A CORINA, um dos mais perfeitos de nossa língua, eis todo um velho tema sentimental. Eis o prenúncio do cético e do orgulhoso. Daquele que não acreditava e se deixou vencer. Daquele que foi iludido e, com o coração lacerado embora, quer ainda, ser altivo. Daquele que deseja ocultar o sangue vivo que lhe escorre das feridas. Esses versos, “inspirou-os uma grande e ignorada paixão, Machado de Assis amou com toda a veemência dos seus verdes anos. Amou e sofreu”. O poema revela esse amor, triste como tudo o que é irrealizado, traduz “a resignação suprema a um sofrimento sem remédio. É o doloroso poema de uma saudade infinita”.
FALENAS - Aparecem em 1870. Consideramos Machado de Assis um poeta de talento, com alguns lampejos de genialidade, lampejos nascidos do amor, da dor, e de reflexão filosófica. Mas, se, como poeta original, raro chega às culminâncias da arte, nas traduções a sua interpretação é primorosa. Nas Falenas, encontramos a Lira Chinesa, inspirada na prosa de Judith Walter.

A filosofia e os requintes da alma oriental foram bem assimilados por Machado de Assis.
- O “LEQUE” – é poesia leve que relembra a curta duração do amor.

- A “FOLHA DO SALGUEIRO” – tão enternecida, tão cheia de místico sentimento!...
- “CORAÇÃO TRISTE FALANDO AO SOL” – repleta de um sofrer intenso, sombria, e que traduz a prece de um coração gelado pela tristeza.

- A “UMA MULHER” – pessimista, dolorosa, que vem dizer que nem sempre o afeto puro com afeto se retribui; que às vezes é mais fácil comprar um amor...
- E, o “IMPERADOR” – que nos fala de um poderoso Senhor do Império, mas Senhor jovem e ardente, apaixonado pela esposa e, por ela, capaz de deixar as discussões graves e os graves problemas.

- As “AMERICANAS” – são de cunho mais nacionalista: tratam também, da alma; desta vez, porém, da alma selvagem.
- As “OCIDENTAIS” – são os versos da natureza do poeta. A forma adquire então o apuro máximo. É dessa fase aquele admirável “Soneto de Natal” que finaliza por um verso célebre e expressivo __ resumo das metamorfoses psíquicas:” Mudaria o Natal ou mudei eu?”.

“Mosca Azul” – dissera os sonhos e as ilusões das criaturas. É poesia desencantada e cética. A poesia do homem que esmiúça o seu destino, a sua felicidade, as suas esperanças. Esmiúça tanto que tudo destrói porque destinos, ou felicidade, ou esperança é mera ilusão.
- “O Corvo” -__ a mulher tradução em língua portuguesa do imorredouro poema daquele louco e torturado Poeta.

Como Machado de Assis sentiu a tragédia do nunca mais! Como compreendeu e viveu a implacabilidade e o irremediável das coisas!
- O CONTO:

É forma antiga e difícil. Difícil porque deve ser explícito, compreensível; porque deve abranger tudo sinteticamente, causando impressão forte. Quanto à sua antiguidade, não é trabalhoso constatá-la. Boccacio, no século XIV, produziu contos admiráveis. Pena que a essência não se recomende...

Machado de Assis é o maior contista brasileiro. Desde as Histórias Sem Data se prenuncia o escritor mais propenso à análise psicológica que à descrição da natureza. Ele próprio declara: “A natureza não me interessa; o que me interessa é o homem”.
As Histórias da Meia Noite, quanto à composição e ao estilo, pouco diferem do primeiro livro de contos. Nelas, como nos Contos Fluminenses se verifica antes o humanismo piedoso e benévolo de Mark Twain que o escárnio de um Swift ou mesmo de um Sterne. Na segunda fase dos contos, aparecem Papéis Avulsos, Histórias sem Data, Várias Histórias e Páginas Escolhidas. Já é o estilo maravilhoso das Memórias Póstumas de Brás Cubas. Predomina o psicólogo. Aparecem estudos de adolescentes, com toda a inconsciência e confusão dos seus desejos, meio tímidos e o emaranhado dos seus primeiros amores.

As obras de Machado de Assis “água com açúcar” não adentraremos, pois aqui falaremos das que destacam o escritor como romancista vigoroso que fez ouvida “a voz subterrânea” , isto é, o psicólogo que dissecou o coração de todos. Segundo a sua própria confissão, adotou no Brás Cubas a forma livre de Sterne e Xavier de Maistre, “com algumas rabugens de pessimismo”.
Brás Cubas – há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir dos seus modelos. Brás Cubas resume o meio em que viveu: vulgaridade de caracteres, amor das aparências rutilantes, do arremedo, frouxidão da vontade, domínio do capricho!...

Brás Cubas tem muito do próprio Machado de Assis, e tem muito de cada um de nós, do nosso desespero, do nosso amargor, do nosso sarcasmo irrelevado. Brás Cubas não é Brás Cubas. É o homem de alma andrajosa e miserável. O homem que não realizou. Que não viveu. Que falhou.
Memórias Póstumas - são a autobiografia de Brás Cubas que começa pela sua morte. Resume em Brás Cubas o meio em que viveu. Assim foi seu primeiro amor: “Marcela amou-o durante quinze meses e onze contos de réis”. Brás Cubas foi embarcado à força “para estudar”. Viveu como um estroina e voltou bacharel.

Machado de Assis cultuou a beleza e a expressão do seu culto está em tudo que lhe saiu do pensamento rutilante.
Quincas Borba – personagem que aparece incidentemente no Brás Cuba é, apenas, o título do novo livro. Senhor de bens herdados, lega-os ao único amigo __ Rubião __ com condição de cuidar de um cachorro, também Quincas Borba.

D. Casmurro __ é um livro cruel. Refere-se à história de um homem simples e bom que amou a deliciosa Capitu “de olhos de ressaca, a Capitu de olhos oblíquos de cigana dissimulada”, foi enganado e tornou-se misantropo.
A cultura de Machado de Assis era vasta, daí a multiplicidade de influências que sobre ele se exerceram. Tinha a beleza clássica a harmonia severa e senso das proporções.

- Possuía do autor do Diálogo dos Mortos o espírito fino, a elegância caustica e o horror à hipocrisia. 
- Em Rabelais aprovisionou-se de um ceticismo comedido. A gargalhada homérica desse autor francês foi, nele, apenas um sorriso.

- Montaigne anunciou-lhe o “instinto de moderação e o senso profundo de vida”.
- Com Shakespeare, teve a revelação de todos os segredos humanos. A análise, que esse gênio fez de todas as paixões, saturou-o dos mistérios do coração.

- Cervantes mostrou-lhe os costumes de realidade. Machado de Assis encontrou no D. Quixote __ o misticismo medieval.  Sancho Pança o materialismo humano. Dualismo psicológico e dualismo na filosofia: os voos para o céu e as decaídas para a terra!
- Stendhal também influiu. Foi, como Machado de Assis, um isolado, um homem solitário. A sua juventude despertou igualmente por decepções, e as dificuldades apuraram a sua sensibilidade.

- De Merimée herdou “o desapego ao leitor e o desprezo de suas emoções”.
- Na filosofia, Shopenhauer lhe deu aspereza e taciturnidade.

- Todavia, o que mais fundamente e mais vitalmente orientou Machado de Assis foi o “humour” inglês.
-  Do egoísmo, do ódio e da ferocidade de Swift e da finura e da agudeza de Sterne surgiu o escritor brasileiro.

Ele não copiou ninguém porque tinha bastante talento para inovar, para criar. Os estrangeiros forneceram, apenas, cultura e fizeram que ele descobrisse o pendor natural do seu espírito.
As obras primas de Machado de Assis são perpétuas e maravilhosas. Não há plágio, nem falta de originalidade. Há uma identificação muito completa com o “humour” e a adaptação de uma forma estranha à dor brasileira.

Em suma Machado de Assis é o maior romancista nacional. Ele realizou obra eternamente jovem. Liam-no com prazer há 80 anos. É lido hoje e o será amanhã com o mesmo prazer que tinham os nossos avós.
Raramente existe nele piedade ou consolação! Quase sempre o seu sofrimento faz doer. Mas há arte na expressão mais pura.

 A sua análise psicológica e a sua neurose aproximam-no do maior romancista de todos os tempos: Dostoiewsky.
Como Dostoiewsky  foi ao âmago do coração.  Como Dostoiewsky foi um epilético. Sentiu. Sofreu.  Foi um triste.

- Machado de Assis limitou-se a descrever o bom burguês.  Não conheceu bem os pobres diabos, as criaturas que passam pela vida tristes e ignoradas. As criaturas que têm tesouros de ternura, pobres tesouros esperdiçados que ninguém quer ou ninguém chega a conhecer. Isto é a falha de Machado de Assis!  Isto é a glória de Dostoiewsky!
- Machado de Assis morreu aos 69 anos de câncer, em sua cidade natal, no dia 29 de setembro de 1908.
 

Texto do livro:  “Compêndio de Língua e de Literatura”
- Páginas – 151 a 160.
- Exemplar – no. 4596      - Edição – 6ª.
- Ano - 1960
- Autor – J. Budin e Silvio Elia
- Editora – Companhia Editora Nacional – São Paulo
 
PELA INTERNET 
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Seus Pais:
- Filho de José Francisco Machado de Assis, um mulato, pintor de paredes. Sua mãe Leopoldina Machado de Assis era lavadeira, de origem portuguesa da Ilha dos Açores.
Foi ELE:
Cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta,
- Fundador e primeiro Presidente da Academia Brasileira de Letras. Ocupou a cadeira de número 23. Em sua homenagem, a Academia é chamada de "Casa de Machado de Assis”.
- Em 1858 passou a frequentar o mundo boêmio dos intelectuais do Rio de Janeiro.
O que Escreveu: 
- Romances, contos, poesias, peças de teatro, inúmeras críticas, crônicas e correspondências.

Sua Esposa:

Carolina Augusta Xavier de Novaes Machado de Assis.
Portuguesa, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1866 a fim, segundo os biógrafos, de cuidar de seu irmão enfermo Faustino Xavier de Novaes.
Nascimento: 1835, na cidade do Porto - Portugal
Casou: Em 1869  - ( 1869 a 1904)
Falecimento: 20 de outubro de 1904
 
BIBLIOGRAFIA:

Comédia

Desencantos, 1861.
Tu, só tu, puro amor, 1881.


Poesia

Crisálidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.


Romance

Ressurreição, 1872.
A mão e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iaiá Garcia, 1878.
Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esaú Jacó, 1904.
Memorial de Aires, 1908.


Conto:

Contos Fluminenses,1870.
Histórias da meia-noite, 1873.
Papéis avulsos, 1882.
Histórias sem data, 1884.
Várias histórias, 1896.
Páginas recolhidas, 1899.
Relíquias de casa velha, 1906.


Teatro

Queda que as mulheres têm para os tolos, 1861
Desencantos, 1861
Hoje avental, amanhã luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, só tu, puro amor, 1881.


Algumas obras póstumas

Crítica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras relíquias, 1921.
Correspondência, 1932.
A semana, 1914/1937.
Páginas escolhidas, 1921.
Novas relíquias, 1932.
Crônicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2º. volume, 1937.
Crítica literária, 1937.
Crítica teatral, 1937.
Histórias românticas, 1937.
Páginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Diálogos e reflexões de um relojoeiro, 1956.
Crônicas de Lélio, 1958.
Conto de escola, 2002.


Antologias

Obras completas (31 volumes), 1936.
Contos e crônicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998


 
- Em 1975, a Comissão Machado de Assis, instituída pelo Ministério da Educação e Cultura, organizou e publicou as Edições críticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.

- Seus trabalhos são constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adaptação de alguns textos para o cinema e a televisão