quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Um dia Histórico

Em seu artigo "A História do Brasil", Dr. José Maria Paranhos do Rio Branco, o Barão do Rio Branco,começou assim escrevendo há muitos anos: 
 
"A nossa história é cheia de emocionantes epsódios, de dúvidas que despertam e prendem a curiosidade, de lendas poéticas que seduzem e de problemas cuja solução desafia a sagacidade do estudioso"...

"" Um ilustre poeta inglês prestou um imenso e enestimável serviço a nós todos, escrevendo uma notável História do Brasil. Meditando a nossa história, Roberto Southey ficou compenetrado da importancia e do valor futuro do nosso Brasil. E, ao terminar a sua grande obra, diz-nos que escolheu esta grande tarefa  "na sua virilidade madura e que a propôs como objeto de uma vida dedicada à literatura, no que esta tem de mais elevado e dígno." E isto  fez aquele estrangeiro ilustre,  porque, como ele próprio o diz, ficou convencido, ao estudar os trabalhos dos fundadores do Brasil, "que  das empresas desses homens obscuros surgiram consequências mais amplas e provavelmente mais duradouras que as conquistas de Alexandre e Carlos Magno." "(*)

(*) Trecho do artigo "A História do Brasil", escrito por Eduardo Prado, em sua  "Coletâneas" - Vol. III, S.Paulo - Escola Tipográfica Salesiana - 1906.

O artigo "A História do Brasil" escrito por Barão do Rio Branco foi retirado do capítulo VII - História e Geografia - do livro Antologia Brasileira - Coletânea em prosa e Versos dos Escritores Nacionais de Eugênio Werneck -sexta edição - 1916, páginas - 357/361).


Hoje, todos nós brasileiros, comemorando a Proclamação da República, sentimos o mesmo orgulho desses ilustres homens.

Como não poderia deixar de homenagear este dia tão importantes para todos nós, leiam o Hino a Proclamação da República, escrito por Medeiros e Albuquerque e música de Leopoldo Miguez.

Estou colocando-o também em homenagem ao meu pai Prof. René de Deus Vieira que foi o maior patriota que conheci.

Hino da Proclamação da República

Seja um pálio de luz desdobrado
Sob a larga amplidão destes céus
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperança de um novo porvir!
Com visões de triunfo embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua vóz!.

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre país...
Hoje o rubro lampejo de aurora
Acha irmãos, não tiranos hostís.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte, que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua vóz!.

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue no nosso pendão,
Sangue vivo do herói Tiradentes
Batizou este audaz pavilhão!
Mensageiros de paz, paz queremos;
É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra nos transes supremos
Hei de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua vóz!.

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado
Sobre as púrpuras régias de pé!
Ei-a, pois, brasileiros, avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso país, triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua vóz!.


José Joaquim de Campos da Costa de Mediros e Albuquerque, nasceu em Recife - PE em 4 de setembro de 1867. Morreu no Rio de Janeiro - RJ em 9 de junho de 1934.
Prosador, poeta e jornalista . Escritor reputado pela sua erudição e pelo seu belo talento, Medeiros e Albuquerque tem publicado: Canções da Decadência (1883 - 1887); Pecados (1887-1888); O Remorso ( 1889); Um Homem  prático (1898); Mãe Tapuya (conto); Poesias - ed. definitiva e Em voz alta, conferência. É autor do Hino da República, música de Leopoldo Miguez.
Medieros e Albuquerque tem redigido vários jornais e colaborado em muitos outros. Representou na Câmara Federal seu Estado natal. Foi diretor Geral da Instrução pública no Distrito Federal.
Pertenceu à Academia Brasileira , cadeira José Bonifácio, o moço.

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