domingo, 11 de novembro de 2012

O Garoto

Papai gostava muito desta poesia.

Ei-lo  de pé na calçada mui lampeiro,
A ponta de um cigarro apreciando;
Tem nos lábios um sorriso prazenteiro,
Enquanto a baforada vai tragando.

Não tem pai, não tem mãe, não tem dinheiro,
Trabalha pouco e vai assim vagando
Sem destino, na rua o dia innteiro,
A fome a privação acalentando.

Roto chapéu, calças remendadas,
Fundas olheiras, faces encorvadas
dorme na pedra e sempre assim o vejo.

Mas muitas vezes quando em altas noites
A tiritar sozinho, chora o garotinho,
com saudades do materno beijo.

Observação:

Meu pai recitava sempre esta poesia, mas não sei qual é o seu autor,
nem em qual livro foi publicada. Se alguém souber, me conte; ficarei muito feliz.

2 comentários:

  1. Meu avô, pai e mãe também recitavam esta poesia.....muitas e muitas vezes....
    pois é, fizeram eu decorar....
    não sei porque, hoje me veio a mente esta partes desta poesia....
    o tempo implacável me fez esquecer algumas partes....
    Me lembro que quando eu apresentava aos presentes em casa esta poesia, tínhamos que falar o nome da poesia e o autor, com muita entonação....
    Se eu não estiver errado eu falava....,"O garoto, de Ciro de Azevedo", mas procurar Ciro de Azevedo no Google, não se acha nada, nenhuma poesia....
    Pesquisando hoje comecei "Ei-lo em pe na calçada mui lampeiro" achei esta linda poesia(mas sem o Ei-lo na pesquisa....(muito obrigado por ter encontrado, postado em 2012, esta mundo e tempo pequeno)
    Então, minha cara Valeria, acho que estou mesmo errado no nome do autor.....
    Mas que a poesia é muito bonita, é......traz boas recordações.....
    Abraço Frederick Mello

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  2. Esta poesia era cobrada pelo professor de português em um período específico no Senai....memorizei e nunca mais esqueci....sou de são João Del rei MG

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