Este meu
pai recitava bastante. Ele gostava muito..
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão,
pai de Rachel, serrana bela
Mas não
servia ao pai, servia a ela,
Que a ela
só por premio pretendia.
Os dias,
na esperança de um só dia,
Passava,
contentando-se com ve-la
Porém o
pai, usando de cautela,
Em lugar
de Rachel lhe deu a Lia.
Vendo o
triste pastor que com enganos
Assim se
lhe negava a sua pastora,
Como se
anão tivera merecida.
Dizendo:
Mais servíra, se não fora
Para tão
longo amor tão curta a vida.
- Cautela
: astúcia.
- Como
se não tivera merecido: No português arcaico era frequente a concordância
do particípio passado dos tempos compostos (com ter e haver) com o complemento
objetivo.
Ex: Os
favores que de ti tenho recebidos. As mercês que delle tenho recebidas.
- Servíra
-- Fora: em lugar de serviria, fosse.
Trecho da
obra de Camões, "Os Lusíadas", mais conhecido .
Meu pai recitava sempre.
"As armas e os
barões assinalados
Que, da ocidental praia lusita
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
.....
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte."
.....
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte."
Frase famosa de Camães:
"Amor é fogo que arde sem se ver. É ferida que dói e não se sente."
Luís Vaz de Camões (1525-1580) foi poeta português. Autor do
poema "Os Lusíadas", uma das obras mais importantes da Literatura
portuguesa, que celebra os feitos marítimos e guerreiros de Portugal. É o maior
poeta do Classicismo português.
Luís de Camões (1525-1580) nasceu em Coimbra ou Lisboa, não
se sabe o local exato nem o ano de seu nascimento, supõe-se por volta de 1525.
Filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, ingressa no Exército da
Coroa de Portugal e em 1547 embarca como soldado para a África, participa da
guerra contra os Ceuta, no Marrocos, onde em combate perde o olho direito.
Em 1552, de volta à Lisboa frequenta tanto os serões da
nobreza como as noitadas populares. Numa briga feriu um funcionário real e foi
preso. Embarca para a Índia em 1553, onde participa de várias expedições
militares. Em 1556 vai para a China, também em várias expedições. Em 1570 volta
para Lisboa, já com os manuscritos do poema "Os Lusíadas", que foi
publicado em 1572, com a ajuda do rei D. Sebastião.
Luís de Camões é o poeta erudito do Renascimento, se inspira
em canções ou trovas populares e escreve poesias que lembram as cantigas
medievais. Revela em seus poemas uma sensibilidade para os dramas humanos,
amorosos ou existenciais. A maior parte da obra lírica de Camões é composta de
sonetos e redondilhas, de uma perfeição geométrica, sem abuso de artifícios,
tudo parece estar no lugar correto.
No século XVI, em todos os reinos católicos, os livros
deveriam ter a aprovação da Inquisição para serem publicados. Isso ocorreu com
"Os Lusíadas", conforme texto de frei Bartolomeu, onde comenta as
características da obra e ressalva que a presença de deuses pagãos não devem
preocupar porque não passa de recurso poético do autor.
Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que
morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o
manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e nadando com a outra.
Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada. O mais famoso é
"A Saudade do Ser Amado". Camões deixou além de "Os
Lusíadas", um conjunto de poesias líricas e as comédias "El-Rei
Seleuco", "Filodemo" e "Anfitriões".
Luís Vaz de Camões morre em Lisboa, Portugal, no dia 10 de
junho 1580, em absoluta pobreza.
Fonte:
Você está visualizando a biografia resumida de
Luís de Camões. Esta biografia foi atualizada em 13/09/2012.
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