domingo, 10 de agosto de 2014

Aniversário de Rubem Branquinho

Tive a honra de participar de uma bela festa em homenagem ao grande amigo Rubem Branquinho,  no dia de seu aniversário, 14 de julho de 2014.


Um ponto marcante da festa foi a presença das famílias Branquinho, Deus Vieira, Mundim e tantas outras ligadas ao Rubem.



A união destas famílias transparece harmonia e transborda amor.



A minha história nesse belo evento começou um pouquinho antes . . .

Alguns nos atrás, estávamos na casa de meu pai, “Professor René”.

Papai, eu e Rubem Branquinho conversávamos na pequena sala de entrada da casa de meu pai sobre as poesias e histórias dos escritores portugueses e brasileiros.

Papai declamou  algumas estrofes das poesias que mais gostava, dentre as muitas que conhecia. Comentei que amava poesias porque, desde pequena, ouvia meu pai declama-las para minha mãe ou mesmo sozinho em seu escritório.

Rubem falou também de sua admiração por poesias e declamou a primeira estrofe de uma que nunca esqueceu, “A História do Cão Veludo”. Papai e eu ficamos emocionados ao ouvi-lo.

- Ouvi-a quando era rapazinho, disse Rubem. A poesia é sobre a  história de amor de um cão para com seu dono.  Fiquei muito comovido pela modo como o autor expressou o amor. É uma poesia para ser propagada, declamada para grandes públicos e comentada em encontros de amigos, família e trabalho.

Como sou contadora de histórias, logo interessei-me e disse:

- Rubem, que riqueza, poderia mandar-me essa poesia? Vou memoriza-la para contar um dia nas rodas de histórias que frequento.

- Claro que a enviarei, respondeu-me com entusiasmo, mas com uma condição, você terá que declama-la um dia para mim.

- Com muito prazer, basta você marcar a data, respondi.

Recebi a poesia e o tempo passou . . . meu amado pai faleceu . . .

Memorizei a poesia, mas não comentei nada com ninguém.  Nenhum fato mais relevante aconteceu, até o dia em que eu estava em casa tranquila quando o telefone tocou; era Silvana, minha prima e esposa do Rubem.

- Dedida, eu e minhas filhas estamos preparando uma festa surpresa para o Rubem, no dia em que completará setenta anos de idade, 14/07/2014. Pensei que nesta data você poderia homenageá-lo, declamando a poesia do Cão Veludo. Ele ama esta poesia e desde a primeira vez que ouviu nunca mais teve a oportunidade de ouvi-la novamente.

Fiquei surpresa com o convite e apreensiva também; mas, confirmei presença.

Nos dias que se sucederam, não fiz mais nada a não ser ler e reler a poesia.  Esperava por uma oportunidade, desde aquele dia em que conversávamos na casa de meu pai.

Foi um desafio para mim, pois havia muito tempo que eu não a declamava; mas, fui em frente.

Chegou o dia da festa.  Fomos para Brasília, eu e meu marido Ronaldo. Lá encontramos vários familiares da parte de Rubem e Silvana, além de amigos do casal.

Ficamos encantados com a maravilha do local do evento. Bem na entrada emocionei-me ao ver o nome: “Fazenda Onça do Barão”.  Esse nome vem de uma expressão que Rubem utiliza, algumas vezes, ao dirigir-se à sua amada Esposa e Filhas,  “Onças do Barão”, fazendo um resgate à memória de  seu sogro, que era conhecido com “César do Barão”.

A festa começou muito animada por um conjunto que tocava belíssimas músicas sertanejas, bem adequadas ao tema do evento.

Rubem não cabia em si de tanta felicidade. Recebeu várias homenagens e a todas agradecia com carinho.

Em certo momento,  Silvana aproximou-se de mim e disse:

- Dedida agora é com você.

A responsável pelo cerimonial me conduziu para perto do bolo de aniversário; e Ronaldo, meu esposo que está sempre ao meu lado, tomou o microfone e convidou o Rubem e sua família para se  aproximarem do bolo de aniversário. Pediu a todos os convidados um  minuto de silencio, pois neste instante eu iria fazer uma homenagem ao aniversariante.





Rubem não sabia, até então, do que se tratava. Para sua surpresa e alegria, comecei a declamar a poesia do Cão Veludo. Ele olhou-nos com surpresa, pois jamais esperava esta homenagem. Ficou emocionado pois era a sua poesia de seu coração criança, que há muito tempo, não a ouvia de ninguém

Os que estavam próximos puderam perceber sua alegria e emoção, expressas na forma de discretas lágrimas.

Foi uma poesia longa, 33 estrofes, mas os convidados ouviam-me, silenciosamente, com curiosidade e atenção.

Para mim foi um momento lindo, de muito contentamento, pois pude levar ao coração de um grande amigo essa singela alegria.

No final Rubens abraçou-me emocionado. Agradeceu-me com alegria e gentileza. Apesar da poesia ter um enredo melancólico, Rubem surpreendeu-nos ao fazer seus comentários, pois realçou a  mensagem da mesma, valorizando o  significado da amizade e amor verdadeiros.

Foi assim que surgiu  a ideia de homenagearmos meu primo Rubem, com a história do “Cão Veludo”, em sua festa de aniversário.

Foi gratificante ouvir,  do próprio Rubem:

“POEMA DE BELEZA INIGUALÁVEL, LEMBRANÇAS DE MEUS TEMPOS DE MENINO”


Compartilhei a poesia na postagem abaixo,  para que todos amigos e familiares possam aprecia-la.

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