Se mentir não é uma coisa boa, por que ter um dia em sua homenagem?
Lembro-me sempre das palavras de meu saudoso pai: Mentir é tão feio, é prejudicial.
Em minha opinião, o dia da mentira é um dia de reflexão.
Pensar sobre a palavra mentira que contraria muita gente e faz muitos reféns significa refletir sobre o que ela nos causa ou provoca: dor, tristeza, decepção. Risos, alegria momentânea, brincadeiras, relatos divertidos.
Por falar em contos, causos divertidos vou contar-lhes em breves palavras a história da Revoltas das Palavras escrita em um livro de José Paulo Reis e desenhos de Angela-Lago.
José Paulo Reis diz ser uma fábula moderna.
No livro ele brinca com a palavra Verdade e Mentira. Elas se revoltam segundo o autor pelo fato de não aguentarem mais ser mal usados. Elas resolveram durante um dia atrapalhar a vida de todo mundo que alterasse o seu real sentido para enganar as pessoas de boa fé.
Conta com muita graça: A Verdade diz às palavras: “De agora em diante, todas nós devemos nos recusar a ser mal-usadas. Assim quando alguém quiser dizer ou escrever uma mentira disfarçada de verdade, não conseguirá. Porque, em vez de eu aparecer, mandarei no meu lugar a Mentira”. E vice-versa.
Ele conta uma fábula interessante onde o responsável de uma gráfica escreve os anúncios a ele encomendados e os anúncios aparecem no outro dia nos jornais o contrário: o anúncio encomendado por um industrial eram elogiando seus produtos, mas aparecem no outro dia no jornal falando o contrário com muita clareza dizendo: "os produtos estavam muito longe de serem os melhores do mundo".
Claro que ele ligou furioso para o dono da gráfica que coitado não soube explicar o que havia acontecido, pois ele mesmo antes de publicá-lo conferiu e nada havia sido alterado.
Imaginem o rebuliço. O livro explica muito bem a troca de palavras e nos alerta para que nunca tentemos mudar o sentido delas para conseguirmos algo ou iludir alguém.
É um livro muito bom para ser lido neste dia Primeiro de Abril.
Eu recomendo, pois ele tem humor.